Os portos brasileiros tiveram uma movimentação recorde de exportações no mês de agosto deste ano mesmo com a imposição do tarifaço de 50% dos Estados Unidos, de acordo com um relatório da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O levantamento mostra um aumento de 3,2% no mês, e de 7,8% na comparação com agosto do ano passado.
O relatório divulgado nesta quarta (15) mostra que a movimentação de cargas para os Estados Unidos despencou 17% no primeiro mês do tarifaço, mas foi compensada com a disparada nas exportações para a Índia (348%), México (97%), Argentina (50%) e China (12%), maior parceiro comercial do Brasil.
“O recorde na movimentação de carga nos portos do país, aliado ao aumento da exportação de produtos, reforça o interesse do Brasil frente a outros mercados internacionais. Nós estamos trabalhando para expandir ainda mais o volume de carga no modal aquaviário, pois isso se reflete no aumento de emprego e da renda do povo brasileiro”, afirmou o ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos (MPor).
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No acumulado entre janeiro e agosto, segundo o MPor, os portos brasileiros atingiram 914,8 milhões de toneladas — o maior volume da série histórica e 2,8% acima do registrado em 2024. O maior crescimento foi registrado nos terminais privados, com alta de 11%.
Entre os portos públicos, o destaque ficou para Itajaí, em Santa Catarina, que teve um aumento expressivo de 412% na movimentação, resultado direto da retomada das operações pelo Governo Federal. No acumulado de 2025, o porto já movimentou o dobro de todo o volume registrado no ano passado, somando 2,5 milhões de toneladas.
Também houve recordes em todas as modalidades de transporte aquaviário. O longo curso, que envolve exportações e importações, atingiu 95,4 milhões de toneladas. A cabotagem, entre portos brasileiros, chegou a 28,2 milhões, enquanto o transporte interior, entre portos fluviais, somou 8,1 milhões de toneladas.
Entre os tipos de carga, o destaque foi o aumento de 25% nos granéis líquidos, com volume recorde de 32,5 milhões de toneladas em agosto. O petróleo e derivados responderam por 22,5 milhões de toneladas, com alta de 33,4% em relação ao mesmo mês de 2024, consolidando o setor energético como um dos pilares da pauta exportadora brasileira.
As exportações de minério de ferro cresceram 11,3%, totalizando 42,2 milhões de toneladas, enquanto o milho teve aumento de 3,4%, alcançando 10,7 milhões de toneladas.