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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, atacou o governo dos Estados Unidos neste sábado (23) afirmando que as relações entre os dois países foram alvos de uma “atitude hostil” influenciada por grupos da direita brasileira que querem apenas proteger supostos “golpistas”.

As críticas foram feitas durante uma conferência realizada pelo PT, mais cedo, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e está liderando as negociações com os Estados Unidos ao tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados para lá.

“Essa atitude hostil nos surpreendeu pela ação de grupos de extrema-direita brasileiros que, de patrióticos, não tem absolutamente nada. Vimos pelas mensagens trocadas [reveladas pela Polícia Federal] que o único objetivo é livrar a cara dos golpistas”, disparou o ministro.

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Fernando Haddad foi além e afirmou que o alegado ato de hostilidade tem como único objetivo “reabilitar a extrema-direita no Brasil”. Ele afirmou que as negociações antes da imposição do tarifaço, em referência às primeiras taxas aplicadas em março, estavam caminhando com boas expectativas até a mudança de tom dos Estados Unidos.

“Não podemos abrir mão da nossa soberania e da independência dos Poderes. […] Sem bravata, mas fazendo valer a dignidade e a sobriedade da nossa gente”, pontuou.

Mais recentemente, ele teve cancelada uma conversa que teria com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que, dias depois, apareceu em uma foto com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo.

Alckmin também reclamou de que está há algumas semanas sem conseguir falar com seu homólogo norte-americano, o secretário Howard Lutnick, do Comércio, e que as negociações estão ocorrendo apenas em nível técnico.

Nesta semana, a Polícia Federal indiciou Eduardo e o pai, Jair Bolsonaro (PL), por conta da suposta atuação para articular sanções ao Brasil como coação ao processo no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Isso estaria sendo articulado por eles mesmo sob as medidas cautelares impostas ao ex-presidente pelo ministro Alexandre de Moraes, como o uso das redes sociais e a comunicação entre eles.

Isso fez com que Moraes ordenasse à defesa de Bolsonaro a apresentação de esclarecimentos. Os advogados de Bolsonaro rebateram as alegações da Polícia Federal.

O ministro encaminhou a manifestação à Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá até segunda (25) para se pronunciar se concorda em manter o ex-presidente em prisão domiciliar ou se converte em preventiva em regime fechado mesmo antes do início do julgamento – marcado para o dia 2 de setembro.

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