O Banco Central informou nesta terça-feira (30) que as estatais federais acumularam déficit de R$ 6,3 bilhões entre janeiro e novembro deste ano. No mesmo período de 2024, o rombo foi de R$ 6 bilhões. O cálculo desconsidera os resultados da Petrobras, da Eletrobras e dos bancos públicos.
A soma do déficit das empresas públicas federais, estaduais e municipais chegou a R$ 10,3 bilhões no acumulado até novembro, ante R$ 9,1 bilhões no mesmo período do ano passado.
Apenas em novembro, as empresas estatais apresentaram déficit de R$ 2,9 bilhões, enquanto os governos regionais registraram superávit de R$ 5,3 bilhões. O resultado das estatais federais foi puxado pelos Correios, que acumulam prejuízo de R$ 6 bilhões até setembro.
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O plano de recuperação anunciado nesta segunda-feira (29) prevê o empréstimo de até R$ 20 bilhões (R$ 12 bilhões já autorizados e outros R$ 8 bilhões em operações de crédito em 2026), o fechamento de mil agências e a demissão de 15 mil funcionários até 2027.
Segundo os dados do BC, as contas públicas fecharam novembro de 2025 com um déficit primário de R$ 14,4 bilhões. No mesmo mês de 2024, o déficit ficou em R$ 6,6 bilhões. Já o déficit do Governo Central ficou em R$ 16,9 bilhões em novembro.
As administrações diretas estaduais e municipais tiveram um desempenho positivo, com superávit acumulado de R$ 29,3 bilhões até novembro de 2025. Já o Governo Central (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central) soma o maior rombo do período, com um déficit de R$ 80,3 bilhões.
O balanço do Banco Central também aponta para o crescimento da dívida pública:
Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG): Atingiu 79% do PIB (R$ 10 trilhões) em novembro, uma elevação de 0,6 ponto percentual no mês. No ano, a DBGG subiu 2,8 p.p., impulsionada principalmente pela incorporação de juros nominais;
Dívida Líquida do Setor Público (DLSP): Chegou a 65,2% do PIB (R$ 8,2 trilhões). O aumento de 3,9 p.p. na relação DLSP/PIB ao longo do ano reflete os impactos dos juros (7,0 p.p.) e da valorização cambial acumulada de 13,9% (1,6 p.p.), parcialmente compensados pela variação do PIB nominal.
