Um caso de intolerância religiosa ganhou destaque em Itaberaba, na Chapada Diamantina, envolvendo Ramon Abreu Bastos Junior, candidato a vice-prefeito da cidade pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Durante uma reunião com moradores do bairro de São João, no último dia 8 de agosto, o político chamou Lara Bastos, empresária e praticante de Umbanda, de “feiticeira”. O discurso foi documentado e compartilhado nas redes sociais. “Agora chegou aí uma feiticeira, aqui não, aqui se faz o bem e quem faz o bem sempre vence, tá certo? Porque o mal, quem prega o mal não vai adiante, não adianta”, disse ele. Veja vídeo do discurso do candidato:
Lara, que havia criticado publicamente a atuação do candidato, acredita que a ofensa é uma retaliação por seu posicionamento político. Lara diz que, após problemas profissionais com o candidato, começou a alertar sobre suas falhas nas redes sociais. E acusa Ramon de usar a plataforma para incitar ódio contra ela com base na fé religiosa, o que caracterizaria um crime de intolerância, conforme a legislação brasileira. “Veja bem a gravidade da situação: o candidato se sentiu à vontade para ser publicamente intolerante e preconceituoso ao me chamar de feiticeira e atribuir minha religião ao ‘mal’. Não satisfeito, publicou em suas redes sociais essa fala lamentável e até criminosa, já que há dispositivos legais que criminalizam a discriminação por motivos religiosos”, concluiu.
Personalidades negras, como a cantora Nega Duda e a Mãe Iara de Oxum, saíram em defesa de Lara, criticando a postura do candidato e levantando questões sobre o comportamento intolerante e preconceituoso. Veja vídeos de apoio a empresária:
Após a repercussão do caso de intolerância religiosa, o candidato a vice-prefeito fez uma postagem em suas redes sociais esclarecendo sua fala. Segundo ele, suas palavras foram tiradas de contexto, mas ele pediu desculpas a quem se sentiu ofendido. Em sua declaração, Ramon afirmou: “Acontece que hoje as pessoas estão distorcendo todo o contexto político e tentando agora macular a questão das religiões. Quem me conhece sabe, não existe intolerância religiosa e podem ter certeza de uma coisa. Para aqueles que se sentiram na condição de ofendidos pelas palavras de Doutor Ramon, eu peço aqui desculpa a todos.” Veja a postagem: