Em meio a tarifaço, Lula diz que Brics seguirá discutindo alternativas ao dólar – CartaCapital

O presidente Lula (PT) afirmou, na noite desta quinta-feira 10, que o Brics, fórum que reúne grandes Países do chamado Sul Global, seguirá discutindo mecanismos mais autônomos para impulsionar as relações comerciais.

“Nós cansamos de ser subordinados ao Norte (…) nós estamos discutindo, inclusive, a possibilidade de ter uma moeda própria, ou quem sabe com as moedas de cada País a gente fazer comércio sem precisar usar o dólar”, disse em entrevista exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

Lula explicou ainda que, no momento, não pretende ligar para Trump, mas que vai sair em defesa do setor produtivo brasileiro com a abertura de novos mercados. O presidente ressaltou que o tom de abordagem do norte-americano é desrespeitoso e que não aceitará esse tipo de comportamento.

“Ele, por exemplo, poderia ter ligado para o Brasil para dizer a medida que ele vai tomar. Ele não mandou nenhuma carta, nós não recebemos carta. Ele publicou no site dele, numa total falta de respeito, que é um comportamento dele com todo mundo. E eu não sou obrigado a aceitar esse comportamento desrespeitoso entre relações de chefe de Estado, de relações humanas”.

As declarações de Lula são em meio ao anúncio do presidente Donald Trump de que iria impor uma tarifa comercial de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados a partir do começo de agosto.

Em outra entrevista, exibida pelo Jornal da Record, da Record TV, o presidente também reforçou que a ação de Trump contra o Brasil mostra a insatisfação dele com o protagonismo mundial do Brics.

“Eu não sou obrigado a comprar dólar para fazer relação comercial com a Venezuela, com a Bolívia, com o Chile, com a Suécia, com a União Europeia, com a China. A gente pode fazer nas nossas moedas. Por que eu sou obrigado a ficar lastreado pelo dólar, que eu não controlo? Quem tem uma máquina de produzir dólar são os EUA, não nós”, criticou.

O presidente enfatizou que qualquer discordância deveria ser discutida em uma mesa de negociação, e não com ataques comerciais e à soberania dos Países.

“Se ele [Trump] tivesse divergência, o correto seria numa reunião do G20 ele levantar o problema, vamos fazer uma discussão civilizada, nos convença, vamos discutir. O que ele não pode é agir como se fosse dono dos outros”.

(Com informações da Agência Brasil).

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