
A cantora e compositora baiana Josyara lembra que seu primeiro disco, Mansa Fúria (2018), reunia canções de sua trajetória até ali: era uma artista que saiu de Juazeiro para Salvador e posteriormente chegou a São Paulo.
Ádeusdará (2022), seu segundo trabalho, surgiu em um momento crítico, no meio da pandemia. Trabalhou como produtora e o projeto caiu “no lugar de experimentação”.
Com Avia, lançado neste ano, há uma junção desses caminhos, resume a artista em entrevista a CartaCapital. Além de canções recentes, o disco oferece outras que estavam “guardadas”. “Foi um álbum em que me senti mais madura nas escolhas.”
Segundo ela, seu terceiro trabalho, com diversas colaborações, conseguiu sintetizar seu momento artístico. As dez faixas contemplam canções em parceria com Liniker, Pitty, Juliana Linhares e Iara Rennó, além de releituras de Anelis Assumpção e Cátia de França, e participações de Chico Chico e Pitty. Josyara divide a produção com Rafael Ramos.
O álbum revela uma cantora e compositora mais tarimbada e aberta a outras experiências musicais. Também mostra o aprimoramento da artista com seu violão: ela parece ter encontrado um jeito próprio de executá-lo, e a música De Samba em Samba é um bom exemplo. “Foi uma inspiração pessoal de querer trazer o amor, da finitude, do encontro, de um recomeço. Tem algo positivo, apesar do lamento. É uma música especial. Estou feliz de ter feito.”
Outro destaque do disco — com participação de Pitty — é Ensacado, do celebrado álbum 20 Palavras ao Redor do Sol (1979), de Cátia de França. “É uma poesia política, mas tem também esse olhar emocional. Ela tem uma mensagem positiva por trás. Sempre gostei de cantá-la.”
Josyara também realiza com o cantor e compositor pernambucano Martins o projeto Deu Match, que circula por várias unidades da Caixa Cultural pelo País. Entre 5 e 8 de novembro, as apresentações ocorrem na Caixa Cultural Recife. O encontro resultará em um disco com releituras, composições próprias e parcerias da dupla, com previsão de lançamento no primeiro semestre de 2026.
Assista à entrevista de Josyara a CartaCapital:
