A expansão foi liderada principalmente pela região Sudeste, que responde por 35,8% do total. A concentração de startups na região é impulsionada pelo estado de São Paulo que lidera com 22%. No entanto, o cenário nacional mostra uma distribuição cada vez mais pulverizada e dinâmica. O Nordeste emerge como uma força crescente, respondendo por 24,7% das startups ativas, seguido de perto pela região Sul, com 20,7%. Centro-Oeste (9,5%) e Norte (9,2%) completam o panorama, evidenciando o potencial de inovação em todas as regiões do Brasil.
Em termos de aberturas de novas empresas em 2025, São Paulo se mantém na ponta em números absolutos, seguido por Santa Catarina e Pernambuco. Contudo, quando analisado o crescimento percentual, a Bahia se destaca com um incremento de 9%, seguida por Pernambuco (8%) e Minas Gerais (6%), indicando uma efervescência notável em estados fora do eixo tradicional.
Para o diretor técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, os dados apontados no levantamento confirmam o acerto das medidas adotadas pela instituição e outros parceiros no universo da inovação do país, que têm feito esforços para disseminar a atuação das startups em todo o território nacional. “O Sebrae tem levado iniciativas para estimular a inovação em todo o país. Questões que vão, desde eventos a aporte financeiro que induzem o desenvolvimento e a competitividade do ecossistema”, destaca Quick.
Diversidade e tecnologia no cenário empreendedor
A análise dos dados revela também um ecossistema em busca de maior diversidade e alinhamento com as tendências tecnológicas globais. Quase um terço das startups ativas na plataforma do Sebrae, precisamente 29,8%, são lideradas por mulheres, um dado que sublinha a crescente participação feminina no empreendedorismo de base tecnológica.
Em relação à representatividade racial, 12,8% das empresas inscritas no Prêmio Sebrae Startups se auto-declaram lideradas por pessoas negras. “O dado mostra crescimento e, mais do que isso, espaço para novas iniciativas que promovam diversidade e inclusão nesse ecossistema”, considera a analista de inovação Webia Silva.
Dos dados coletados entre as 2655 empresas inscritas, a adoção de Inteligência Artificial (IA) e tecnologias avançadas de dados já é uma realidade para a maioria das startups. 48,3% demonstram alta maturidade no uso de IA, operando com soluções em produção e escalabilidade. Desse grupo, 26,7% utilizam personalização significativa de APIs de terceiros, 11,4% possuem soluções internas em fase de escalabilidade e 10,2% já contam com modelos ou algoritmos próprios em produção com resultados expressivos. Apenas 18,8% das startups pesquisadas ainda não utilizam IA ou tecnologias avançadas de dados.
O cenário tecnológico se completa com a presença de deeptechs, que representam 14,8% das startups analisadas no Prêmio Sebrae Startups. “Essas empresas, que nascem da união de conhecimento científico e tecnologia de ponta, focam em inovações com alto potencial de impacto socioambiental, demandam alto investimento e operam na convergência de tecnologias portadoras de futuro”, afirma o analista de inovação Gabriel Póvoa.
Além da tecnologia, o impacto social e ambiental ganha relevância. Do total de startups ativas, 6,2% (1.244 empresas) atuam na área de impacto socioambiental, enquanto o agronegócio se destaca com 7,3% (1.471 empresas) das startups. “Esses dados evidenciam a capacidade de inovação para setores estratégicos da economia brasileira e renova a disposição e a vocação do Sebrae em fomentar os pequenos negócios em todo o pais”, finaliza Quick.