E-commerce de moda adota novas estratégias para enfrentar concorrência chinesa – CartaCapital

O comércio eletrônico de moda no Brasil vive um momento de disputa acirrada. A entrada de grandes varejistas internacionais amplia a competição por consumidores locais. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a importação de bens de consumo chineses, com valor médio de US$ 50, cresceu 575% nos últimos 20 anos. A média global no período foi de 155%.

Nesse cenário, competir apenas em preço já não é suficiente. A experiência de compra e a construção de relacionamento têm ganhado peso nas decisões de consumo.

Aplicativos impulsionam conversão

Segundo Murilo Vieira, sócio e diretor de operações da Agência FG, especializada em e-commerce, aplicativos próprios podem ser decisivos em setores como moda, onde a recompra é frequente.

“Temos casos em que os aplicativos chegam a registrar taxas de conversão maiores do que os sites tradicionais”, afirma Vieira.

Um exemplo é o app da Brooksfield Donna, desenvolvido em parceria com a agência. Em poucos meses, apresentou taxa de conversão ao menos duas vezes superior à do site. Além disso, funcionalidades como histórico de compras, notificações e recomendações personalizadas aumentam a fidelização.

Estratégia multiplataforma

Integrar pontos de venda físicos, e-commerce e aplicativos é outro fator competitivo. Essa estratégia garante consistência na jornada do cliente e aumenta o alcance de campanhas digitais.

“A chave está em fazer com que cada canal se alimente dos outros. Campanhas no Meta Ads, influenciadores e buscas no Google atuam de forma integrada na jornada de compra”, explica Vieira.

A Brooksfield Donna adotou o modelo e registrou crescimento de 64% no faturamento nos primeiros sete meses de 2025 em comparação com 2024. A marca também apresentou alta de 42% na taxa de conversão e avanço de 21% no retorno sobre investimento em mídia (ROAS).

Estoque integrado fortalece operação

A gestão inteligente de estoque, com integração entre lojas físicas e e-commerce, permite reduzir custos e aumentar a eficiência das entregas.

“As lojas físicas são bem abastecidas, o frete se torna mais competitivo, não há ruptura de estoque e as entregas ficam mais rápidas”, destaca o executivo.

Inteligência Artificial amplia alcance

Além das três estratégias principais, a inteligência artificial começa a redesenhar a forma como os consumidores encontram marcas online.

Chatbots já otimizam atendimentos e melhoram a experiência do cliente, mas o impacto vai além. “O tráfego orgânico que antes vinha do Google agora é complementado por acessos via ferramentas de IA. Marcas já aparecem em respostas de plataformas como ChatGPT quando usuários buscam por produtos”, afirma Vieira.

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