O plano do governo para ajudar exportadores afetados pelo tarifaço deve ser anunciado nesta quarta-feira
O dólar abre alta de 0,05% nesta quarta-feira (13), cotado a R$ 5,388, com investidores na expectativa pelo pacote de contingência do governo para os efeitos do tarifaço. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
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▶️ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina hoje, às 11h30, a medida provisória “Brasil Soberano”. A proposta prevê uma linha de crédito de R$ 30 bilhões voltada às empresas mais impactadas pela tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros.
▶️ Nos Estados Unidos, também às 11h30 (horário de Brasília), a Administração de Informações de Energia (AIE, na sigla em inglês) divulga os estoques semanais de petróleo e derivados.
Esses números podem influenciar a cotação da commodity e, consequentemente, movimentar as ações de empresas do setor listadas na bolsa de valores, como a Petrobras.
▶️ Na agenda econômica, o IBGE divulga às 9h os dados de junho das vendas no varejo. À tarde, o Banco Central apresenta o fluxo cambial semanal.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,92%;
Acumulado do mês: -3,84%;
Acumulado do ano: -12,85%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +1,47%;
Acumulado do mês: +3,64%;
Acumulado do ano: +14,66%.
IPCA no Brasil
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, aponta que os preços subiram 0,26% em julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número ficou bem abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava alta de 0,36%.
O grupo Habitação foi o maior responsável pela alta, ao subir 0,91% no mês e acumular 0,15 p.p. de peso no índice geral. O subitem de destaque foi a energia elétrica residencial, que subiu 3,04% e teve sozinha 0,12 p.p. de participação no IPCA.
Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas, que tem a maior influência no IPCA, registrou deflação pelo segundo mês consecutivo (-0,27%). No mês anterior, o preço dos alimentos caiu 0,18%, no primeiro recuo em nove meses.
Com os resultados de julho, o IPCA acumula uma alta de 5,23% nos últimos 12 meses. O resultado permanece acima da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%. Em 2025, os preços já subiram 3,26%.
“Qualitativamente, o resultado foi misto, mas melhor do que o esperado. Olhando à frente, mantemos nossa projeção de inflação para 2025 em 5,1%”, avalia Igor Cadilhac, economista do PicPay,
Cadilhac diz que sua equipe avalia os efeitos da guerra tarifária na inflação do país, que tendem a ser deflacionários no curto prazo. Ele destaca que, com exceção dos serviços (0,59%), as demais medidas vieram melhores do que as projeções.
Mas, ao avaliar os serviços subjacentes (0,49%) — que excluem os subitens mais voláteis da inflação e representam um dos principais termômetros de preços —, ele ressalta que o bom resultado do IPCA deve ser visto com cautela.
CPI nos EUA
O índice de preços ao consumidor (CPI) teve leve alta de 0,2% em julho, após aumento de 0,3% em junho. Na janela de 12 meses, o índice acumulou 2,7%, mesmo resultado de junho. Economistas consultados pela Reuters previam altas de 0,2% e de 2,8%.
Embora o indicador mostre que as tarifas de Trump tenham levado o núcleo de inflação ao maior avanço em seis meses, o mercado aumentou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) reduza os juros americanos na reunião de setembro, para a faixa de 4% e 4,25% ao ano.
Após a divulgação dos dados, Donald Trump voltou a pedir que o Federal Reserve reduza a taxa de juros dos Estados Unidos. O presidente citou “uma grande ação judicial” contra o presidente do BC americano, Jerome Powell, devido à reforma do prédio do banco central.
“Jerome ‘Tarde Demais’ Powell deve AGORA baixar os juros”, escreveu Trump em sua rede social. No entanto, estou considerando permitir que uma grande ação judicial contra Powell avance por causa do trabalho horrível e grosseiramente incompetente que ele fez ao gerenciar a obra dos prédios do Fed.”
Lula conversa por telefone com Xi Jinping
O presidente Lula conversou nesta segunda com o presidente da China, Xi Jinping. A ligação durou cerca de uma hora e os dois países “concordaram sobre o papel do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo”.
Quando Trump aumentou as tarifas de importação de produtos brasileiros, o Planalto classificou a medida como unilateral. Além do tarifaço, a conversa tratou das relações bilaterais entre os países e a conjuntura geopolítica internacional.
Mais tarde, Lula foi às redes sociais para comentar a ligação.
“Reiterei a importância que a China terá para o sucesso da COP 30 e no combate à mudança do clima. O presidente Xi indicou que a China estará representada em Belém por delegação de alto nível e que vai trabalhar com o Brasil para o êxito da conferência”, disse o presidente pelas redes sociais.
Mercados globais
As bolsas de Wall Street fecharam em alta nesta terça-feira (12), com os investidores americanos reagindo a uma inflação menor do que o esperado. De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,13%. O índice Nasdaq avançou 1,37% e o Dow Jones subiu 1,09%.
Na Ásia, as bolsas fecharam em alta após Donald Trump estender por mais 90 dias a suspensão das tarifas sobre importações chinesas. A trégua tarifária entre Pequim e Washington venceria em 12 de agosto.
Na mesma direção dos mercados asiáticos, os principais índices da Europa fecharam em alta nesta terça-feira (12). O índice Stoxx 600 encerrou o dia com alta de 0,24%, alcançando 548,07 pontos.
Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,20%, chegando a 9.147,81 pontos. Já o DAX, de Frankfurt, registrou queda de 0,23%, fechando aos 24.024,78 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve valorização de 0,71%, atingindo 7.753,42 pontos.
Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025.
Tatan Syuflana/ AP
*Com informações da agência de notícias Reuters
Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025.
Tatan Syuflana/ AP
Notas de 5 e de 20 dólares dólar exportação
Reprodução/EPTV
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