O dólar abriu esta sexta-feira, 26, em queda de 0,05%, R$ 5,3643, e segue neste ritmo, recuando ao patamar de R$ 5,35, em linha com a cautela observada no exterior. Os investidores globais estão atentos à divulgação de dados americanos nesta sexta e devem repercutir o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, que elevou tarifas de importação sobre diversos produtos. Por aqui, os resultados do setor externo e incertezas políticas locais e fiscais são fatores adicionais.
O Banco Central informou mais cedo que déficit em conta corrente somou US$ 4,669 bilhões em agosto, abaixo da mediana das estimativas colhidas pelos Projeções Broadcast, de US$ 5,35 bilhões, com intervalo de US$ 7,1 bilhões a US$ 4,9 bilhões.
Ainda na agenda brasileira, destaque para a participação do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, em evento do Citi, às 11h. O BC promove, em São Paulo, reuniões trimestrais com economistas no período da tarde. E os agentes acompanham os desdobramentos do Relatório de Política Monetária, divulgado ontem, que reforçou a leitura de economia mais aquecida e juros elevados por mais tempo.
A cena política também pode pesar no câmbio. O Centrão avalia alternativas à candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O nome do governador do Paraná, Ratinho Júnior, ganhou espaço como presidenciável da direita. A visita de Tarcísio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar, marcada para segunda-feira, 29, deve ser acompanhada de perto pelo mercado, por ocorrer no mesmo dia da posse do ministro Edson Fachin na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na agenda internacional, o índice de preços de gastos com consumo (PCE), métrica preferida do Federal Reserve (Fed), será divulgado às 9h30 e deve orientar os rumos da política monetária americana. Além dele, o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan (11h) e discursos de dirigentes do Fed reforçam a expectativa de volatilidade.
Ainda no radar dos investidores está o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, que elevou tarifas de importação sobre diversos produtos. A partir de 1º de outubro, passam a valer sobretaxas de 100% para medicamentos, 50% para armários e pias de banheiro, 30% para móveis estofados e 25% para caminhões pesados. A medida deve pressionar preços de remédios e custos de programas de saúde como Medicare e Medicaid, com riscos adicionais para a inflação americana.
O mercado deve repercutir essa medida ao longo do dia, inclusive no Brasil. O país não é um exportador de remédios para os EUA, nem de caminhões pesados, mas exporta móveis, armários e pias de banheiro ao país.
Na quinta, 25, o dólar à vista fechou em alta de 0,69%, a R$ 5,3644, o maior valor de fechamento desde o último dia 11 (R$ 5,3922). Já o dólar futuro para outubro terminou com avanço de 1,05%, a R$ 5,3700.