A ex-presidenta Dilma Rousseff avaliou que a condenação à prisão da ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, é mais um caso de ‘perseguição política e lawfare’ contra lideranças progressistas na América Latina.
A Suprema Corta da Argentina condenou a ex-presidenta de centro-esquerda, principal opositora do governo ultraliberal de Javier Milei, a seis anos de prisão e inabilitação política perpétua por administração fraudulenta. Kirchner foi condenada em 2022 por corrupção pelo pagamento de preços superfaturados e por concessões suspeitas de contratos para obras públicas na província de Santa Cruz (sul) durante a sua presidência.
Em análise publicada em suas redes sociais nesta quinta-feira 12, Dilma afirmou que a condenação é ‘um ataque inaceitável à democracia’, e que tem o objetivo de afastar lideranças da legítima disputa pelo voto popular.
“Expresso aqui minha plena solidariedade, ela não merece tamanha injustiça. E o povo argentino não merece enfrentar mais uma crise fabricada pelos interesses da extrema direita. Que ela siga firme, na luta por seus direitos e por sua liberdade”, escreveu Dilma.
Kirchner, presidenta do Partido Justicialista, havia anunciado na semana passada que concorreria a uma vaga como deputada da província de Buenos Aires, a mais populosa do país, nas eleições provinciais de 7 de setembro. Se vencesse, teria direito a foro privilegiado.
A decisão da Corte a exclui agora de qualquer cargo eletivo e obriga a oposição a refazer sua estratégia eleitoral antes das eleições legislativas nacionais de meio de mandato que serão realizadas em outubro. A defesa de Kirchner, de 72 anos, pode solicitar à Justiça a prisão domiciliar por ser maior de 70.