O deputado federal Coronel Meira (PL-PE) afirmou nesta terça-feira 25, durante sessão do Conselho de Ética da Câmara, que sua colega Célia Xakriabá, do PSOL de Minas Gerais, “merecia ter levado uma bofetada” por supostamente tê-lo ferido com uma caneta em meio a um tumulto no plenário da Casa.
As declarações ocorreram no momento em que o colegiado analisava uma representação do PL contra a parlamentar. O relator, deputado Josenildo (PDT-AP), votou pelo arquivamento do caso, entendimento acompanhado pela maioria dos membros da comissão.
De acordo com o partido, a agressão ocorreu durante a votação do projeto que afrouxava a lei do licenciamento ambiental. Xakriabá, que na ocasião protestava contra o texto, foi alvo de agressões verbais por parte de deputados favoráveis à proposta.
O relato enviado ao Conselho de Ética diz que, em dado momento, a psolista “avançou contra o deputado Kim Kataguiri (União-SP) para atacá-lo (apunhalar) com uma caneta em mãos”. Mas o parlamentar do PL, “ao tentar impedir o ataque, acabou sendo ferido”. O tumulto no plenário só foi contido após intervenção do presidente da Casa. Um boletim de ocorrência foi registrado como lesão corporal.
Em sua defesa, a deputada argumentou não ter havido “de sua parte nenhuma conduta atentatória ao decoro e à dignidade do seu mandato” e defendeu a rejeição da representação por sequer “existirem registros do suposto ataque”. O relator defendeu o arquivamento do caso porque não foram apresentados laudos periciais que comprovassem a alegada lesão corporal.
Ao comentar o posicionamento do colega, Meira reagiu com indignação. “Se na hora eu tivesse dado uma bofetada nela? Porque merecia, pela agressão e pelo sangue que tirou de mim… Era uma defesa, eu fui agredido. Como é que estaria aqui nessa Comissão de Ética? Sendo julgado. É um absurdo”, protestou o deputado, afirmando que aceitaria um eventual pedido de desculpas de Xakriabá. “Foi lesão corporal, relator. Se está colocando panos mornos em um fato lamentável”.
Xakriabá foi procurada pela reportagem para comentar, mas ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.
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