O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu por unanimidade, nesta quarta-feira 7, promover mais um aumento na taxa básica de juros. Com isso, a Selic saltou de 14,25% para 14,75% ao ano. O mercado financeiro já esperava a elevação de meio ponto percentual.
A sexta alta seguida ocorreu na terceira reunião do colegiado sob o comando de Gabriel Galípolo, sucessor de Roberto Campos Neto.
A 14,75%, a nova Selic é a maior desde julho de 2006, no primeiro mandato do presidente Lula (PT) — naquele momento, a taxa básica estava em 15,25% ao ano.
Com a nova disparada, o Brasil tem a quarta maior taxa real de juros no mundo, segundo um monitoramento das consultorias MoneYou e Lev Intelligence.
Para calcular o índice real, leva-se em conta a taxa de juros “a mercado” — ou seja, um referencial do que seriam juros tomados em uma operação real — e a inflação projetada para os 12 meses consecutivos.
O Brasil ostenta agora uma taxa real de 8,65%. A Turquia lidera o ranking, com 10,47%, seguida pela Rússia, com 9,17%.
Completam o top 10 África do Sul (6,61%), Colômbia (4,68%), México (4,43%), Indonésia (4,15%), Argentina (3,92%), Índia (2,66%) e Filipinas (2,34%).
Dos nove integrantes do Copom, há sete nomeados por Lula e dois por Jair Bolsonaro (PL). Veja a relação:
- Renato Dias de Brito Gomes (nomeado por Bolsonaro);
- Diogo Abry Guillen (nomeado por Bolsonaro);
- Nilton David (nomeado por Lula);
- Ailton Aquino (nomeado por Lula);
- Paulo Picchetti (nomeado por Lula);
- Rodrigo Teixeira (nomeado por Lula);
- Izabela Correa (nomeada por Lula);
- Gilneu Vivan (nomeado por Lula); e
- Gabriel Galípolo (nomeado por Lula).
Em tese, quando o Copom decide aumentar a Selic, busca desaquecer a demanda: os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, razão pela qual taxas elevadas também dificultam a expansão da economia.
Ao reduzir a taxa, por outro lado, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Veja as datas das próximas reuniões do Copom:
- 17 e 18 de junho;
- 29 e 30 de julho;
- 16 e 17 de setembro;
- 4 e 5 de novembro; e
- 9 e 10 de dezembro.
Confira os resultados de todos os encontros do Copom desde o ano passado:
- janeiro de 2024: de 11,75% para 11,25%;
- março: de 11,25% para 10,75%;
- maio: de 10,75% para 10,50%;
- junho: manutenção em 10,50%;
- julho: manutenção em 10,50%;
- setembro: de 10,50% para 10,75%;
- novembro: de 10,75% para 11,25%;
- dezembro: de 11,25% para 12,25%;
- janeiro de 2025: de 12,25% para 13,25%; e
- março de 2025: de 13,25% para 14,25%.