O tradicional jornal britânico The Guardian publicou, nesta sexta-feira 12, um editorial no qual afirma que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) envia uma mensagem a outros países: os líderes devem ser responsabilizados por atentar contra a democracia.
Segundo o veículo, a sentença não é um alívio apenas para os defensores da democracia, mas para grupos visados pelo governo do ex-capitão, como povos indígenas e a população LGBT+.
O Guardian adverte, porém, que o desfecho do julgamento tende a inflamar os apoiadores de Bolsonaro, ao mesmo tempo em que os aliados do ex-presidente no Congresso Nacional pressionam por uma anistia. O jornal enfatiza também que Bolsonaro pode depositar suas esperanças no pleito de 2026 para conquistar maioria no Senado e eleger um presidente de direita — possivelmente algum integrante de seu clã.
“A condenação de Bolsonaro enviou um sinal poderoso, ouvido não apenas em seu país, mas de forma mais ampla: a de que os líderes devem ser responsabilizados se minarem as normas democráticas”, enaltece o editorial. “O Brasil defendeu com sucesso a vontade do povo contra as maquinações de um aspirante a autocrata populista.”
No título do texto, o Guardian diz que a condenação de Bolsonaro por golpe é um marco para a democracia brasileira, mas diz que a luta não acabou.