O governo brasileiro está tentando convencer a Air France, a principal companhia aérea francesa, a expandir o número de voos entre os dois países. Isso incluiria o aumento da frequência nas rotas já existentes e o lançamento de novos destinos no Brasil, notadamente Brasília e Recife.
A estratégia do governo é usar a conversa para sensibilizar os diretores da Air France. Neste mês, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, esteve em Paris para se reunir com integrantes da companhia aérea. No encontro, discutiu a possibilidade de estudos para o aumento de voos.
Costa Filho não saiu com uma resposta da Air France, como esperado. Mesmo assim, disse estar confiante de que a partir de 2026 haja novidades nas ligações entre Brasil e França. “Houve crescimento importante nos últimos dois anos e esperamos que, a partir de 2026, possamos consolidar ainda mais novas rotas, em especial para o Rio de Janeiro, Brasília e o Nordeste”, afirmou.
Na saída do encontro, o secretário corporativo adjunto e chefe de Assuntos Públicos e Internacionais da Air France, Sébastien Justum, falou sobre a importância do Brasil na malha internacional da companhia — o país é o terceiro em número de destinos fora da Europa.
“O Brasil é um país absolutamente estratégico para a nossa empresa, com serviços de voo que atendem bem passageiros brasileiros, franceses e de outros países. No futuro, desejamos continuar valorizando essa parceria e desenvolvendo nossas atividades no Brasil”, declarou, adiantando que uma equipe francesa deve visitar o Brasil nos próximos meses para avançar com as negociações.
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Air France é a principal conexão entre Brasil e França
A Air France é a companhia aérea que transporta mais passageiros entre Brasil e França, à frente de Latam e Azul. Somente no ano passado foram mais de 7 milhões de passageiros voando entre os aeroportos Charles de Gaulle, em Paris, e Guarulhos, Galeão, Salvador e Fortaleza.
A marca de 7 milhões foi atingida em 2024 pela primeira vez na história da operação da companhia francesa no Brasil. A presença da empresa vinha crescendo até 2019, mas a pandemia da Covid-19 desacelerou o movimento, que voltou a subir e superou os 6 milhões de passageiros em 2023.
No último ano, a Air France ficou com 68,3% do mercado entre Brasil e França — a Latam somou 17,2% e a Azul fechou com 14,5%. A fatia maior tem relação com a quantidade de voos semanais e destinos que a companhia opera no Brasil: 28 frequências por semana em quatro cidades brasileiras — a empresa ainda opera voos para Caiena, na Guiana Francesa. Pelos aeroportos brasileiros, a frequência é a seguinte:
- Guarulhos – 14 voos semanais para Paris
- Rio de Janeiro (Galeão) – 8 voos
- Salvador- 3 voos (serão 5 a partir de dezembro)
- Fortaleza – 3 voos para Paris (serão 5 a partir de dezembro) e 1 voo para Caiena, na Guiana Francesa
- Belém – 1 voo para Caiena
A expectativa do governo brasileiro é de que o Rio de Janeiro volte a contar com mais voos semanais, visto que o aeroporto do Galeão já chegou a ter dez frequências por semana antes da pandemia. Outra prioridade é retomar a ligação direta entre França e Brasília, onde a Air France teve voos entre 2014 e 2016. E para o Nordeste, a ideia é reconectar Recife e Paris, como acontecia na década de 1990 e início dos anos 2000.