O modelo cash & carry, popularmente conhecido como atacarejo, consolidou-se como protagonista entre os canais de venda no Brasil. Em 2021, esse canal concentrava 12% do total de ofertas monitoradas no país.
Porém, em 2024, a participação saltou para 28%. E a prévia de 2025, com base no primeiro trimestre, já aponta um novo avanço: 29% das ofertas divulgadas nos canais analisados vieram de redes atacarejistas.
Monitoramento constante revela tendência
Os dados são da Shopping Brasil, empresa especializada no monitoramento de ofertas. A companhia acompanha diariamente os principais varejistas nacionais e regionais, considerando anúncios em redes sociais, campanhas de TV, encartes físicos e digitais.
Entre os diversos formatos avaliados, o atacarejo se destaca com maior intensidade. A tendência é acompanhada pelo crescimento nas vendas do canal.
Canal concentra quase metade das vendas alimentares
Segundo a consultoria NIQ, os atacarejos já representam 49,3% do faturamento do varejo alimentar em valor. O dado mostra que, embora o sortimento seja mais enxuto do que em supermercados e hipermercados, o impacto de cada oferta é elevado.
Para Renata Ribeiro Gonzalez, diretora Comercial e de Marketing da Shopping Brasil, isso se explica pela jornada de compra majoritariamente presencial.
“Cada oferta publicada por um atacarejo tem potencial de conversão altíssimo. As promoções funcionam como gatilhos para gerar tráfego e influenciar a decisão dentro da loja física”, afirma a executiva.
Vendas crescem quase 14% no início do ano
Além da participação crescente nas ofertas, o canal mostrou dinamismo nas vendas.
De acordo com levantamento da Shopping Brasil, o atacarejo registrou o maior crescimento entre os canais no primeiro bimestre de 2025. As vendas em valor aumentaram 13,9% em relação aos dois primeiros meses de 2024, com base em dados da NIQ.
Diversificação de itens amplia competitividade
Outro destaque da estratégia dos atacarejos é a presença crescente de perecíveis entre as ofertas.
Frutas, legumes, carnes e aves vêm ganhando espaço nas campanhas promocionais, o que sugere um movimento para aumentar a frequência de compra e tornar o canal mais atrativo para as compras do dia a dia.
Para Minory Wakabayashi, CEO da Shopping Brasil, a estratégia é clara.
“As ofertas deixaram de ser apenas uma ferramenta tática de preço. Hoje, fazem parte da construção de mercado, da fidelização de clientes e da diferenciação dos canais de venda”, diz Wakabayashi.