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O ex-ministro Paulo Guedes, da pasta da Economia do governo Jair Bolsonaro (PL), avalia que as eleições de 2026 serão marcadas por um debate mais para o lado conservador do que pelos números da economia. A previsão vai de encontro às pretensões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que pretende usar os indicadores econômicos do seu governo como plataforma de campanha na sua candidatura à reeleição, como confirmou na véspera que disputará.

Para Guedes, a preocupação com a falta de segurança no país, citada como a principal dos brasileiros em pesquisas de opinião e avaliação do governo, é o que mais vai pesar na disputa do ano que vem.

“Não vai ser economia o fator eleitoral. É a segurança, a segurança pessoal, segurança econômica, segurança para os seus filhos, nacionalismo de volta. São valores conservadores”, afirmou em um evento em São Paulo nesta quinta (23).

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Paulo Guedes avalia que esses valores conservadores atingem principalmente a classe média brasileira, uma profunda insatisfeita com o governo Lula e que o petista vem tentando se aproximar nos últimos anos.

“Começou todo mundo a ficar irritado, sacudido porque não estão felizes. As classes médias estão desencantadas, há um desconforto”, afirmou.

O ex-ministro citou exemplos de como a “onda conservadora” mudou os governos de outros países nos últimos anos, como Donald Trump nos Estados Unidos e Giorgia Meloni na Itália.

Críticas às políticas econômicas

No mesmo evento, Paulo Guedes criticou a política econômica atual brasileira, citando o aumento dos gastos públicos, da inflação e dos juros. Um pouco mais cedo, a Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, alertou que o governo terá de fazer um esforço fiscal adicional de R$ 27,1 bilhões para cumprir a meta fiscal deste ano.

“Na hora que a casa estava ficando arrumada, chutamos o técnico. Trocamos o time e voltamos pra bagunça. O governo tem que fazer a função básica, mas não atrapalhar. É necessário deixar o mercado atuar”, citou mencionando que retrocessos que o país passa podem fazer o Brasil perder uma “oportunidade única” de desenvolvimento.

Apesar das críticas, Paulo Guedes afirmou que o Brasil tem uma “hora mágica” de ser “potência em várias frentes”, como energia limpa, segurança alimentar e tecnologia.

“O mundo precisa disso tudo agora, mas se erramos o timing, a chance passa. O Brasil é o que os países querem ser daqui 10, 20 anos. Todos querem ter 80% da matriz renovável e nós já temos. Estávamos prontos para entrar em um clube seleto, era só não fazer barulho”, completou.

Paulo Guedes também comentou sobre a atuação do Brasil na geopolítica mundial, principalmente as rusgas com os Estados Unidos. Para ele, o governo precisa “baixar o tom das conversas, reduzir a briga política e executar”. “Não se trata de perseguir o outro lado. É preciso o contrário: ouvir, entender e conversar. A força vem da diversidade”, completou.

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