Completando 38 anos de sua inauguração, a Fundação Casa de Jorge Amado inaugura nesta sexta-feira (12) dois novos espaços expositivos que celebram a trajetória e o legado da ialorixá e escritora Mãe Stella de Oxóssi e da escritora Zélia Gattai – companheira Jorge Amado e participante ativa criação da fundação.
Os dois novos espaços fazem parte do projeto de integração dos casarões 47, 49 e 51, localizados no Largo do Pelourinho, em Salvador.
A Casa Exu 47, espaço permanente que celebra o orixá Exu, escolhido por Amado como guardião da Casa, receberá itens que contam a história de Mãe Stella de Oxóssi, liderança candomblecista na Bahia falecida em 2018, e que completaria 100 anos em 2025.
Ela também esteve à frente do Ilê Axé Opô Afonjá e foi uma profunda disseminadora da cultura afro-brasileira, através de seu trabalho e dos vários livros que escreveu sobre o candomblé, intolerância religiosa, racismo, entre outros temas, chegando a ocupar uma cadeira na Academia de Letras da Bahia. A Ialorixá também recebeu o título de Doutor Honoris Causa de universidades, entre elas a Federal e a Estadual da Bahia.
Já a sala que homenageia Zélia Gattai traz fotos, manuscritos e objetos pessoais da escritora, memorialista e fotógrafa, além, claro, de sua produção literária.
O visitante poderá conhecer parte do arquivo fotográfico pertencente a ela, estimado em 21 mil negativos, que registrou cerca de 50 anos de história cultural e política, destacando personalidades que marcaram uma época.
Zélia ocupou a cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras em 2002; mesma vaga anteriormente ocupada por seu companheiro de vida, Jorge Amado. Ela escreveu cerca de 14 obras literárias, incluindo livros infantis, memórias e um romance, com destaque para sua estreia, o livro “Anarquistas, Graças a Deus”.
A Fundação Casa de Jorge Amado funciona de segunda a sexta-feira, de 10h às 18h, e aos sábados, de 10h às 16h. Nas quartas-feiras, a entrada é gratuita.
