
Após ser detido na manhã de sábado 22, Jair Bolsonaro (PL) foi encaminhado para uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde permanecerá até a audiência de custódia marcada para domingo 23. O local, destinado a autoridades com prerrogativa de prisão diferenciada, já havia sido preparado meses antes pela PF e não foi projetado exclusivamente para o ex-presidente.
O espaço é semelhante ao que abrigou o presidente Lula (PT) durante sua prisão em 2018 e 2019. Trata-se de uma sala privativa com estrutura básica para permanência prolongada, equipada com cama, banheiro reservado, mesa de trabalho e televisão. A versão mais atual do ambiente, segundo integrantes da PF, passou por reformas recentes e inclui ar-condicionado, frigobar e armários.
A área está situada no térreo da Superintendência e mantém Bolsonaro completamente isolado, sem contato com outros detentos. A PF afirma que a sala já estava pronta desde o primeiro semestre e poderia ser utilizada para qualquer autoridade que viesse a ser presa por ordem judicial.
A permanência no local decorre da prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Na decisão, Moraes destacou a tentativa de Bolsonaro de violar a tornozeleira eletrônica e a convocação de uma vigília por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como elementos que aumentavam o risco de fuga e de tumulto, justificando a adoção da medida.
Embora o ex-presidente tenha sido condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado, essa detenção não representa o início da execução da pena. A defesa ainda pode apresentar um último recurso ao STF até segunda-feira 24.
