O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) amargou menos de 2% do público de 1 milhão de pessoas que era esperado para a manifestação a favor da anistia aos golpistas do 8 de Janeiro. O ato foi realizado neste domingo 16 em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Segundo cálculo feito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP) foram 18,3 mil pessoas no ápice do evento. O grupo da universidade usou o método Point to Point Network (P2PNet), que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma imagem.
O número deste domingo representa uma queda de mais de 70% em relação ao protesto realizado no mesmo local em 7 de setembro de 2022, onde 64,6 mil pessoas estiveram presentes, segundo o mesmo levantamento.
Vista aérea da manifestação promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, no Rio de Janeiro. Foto: Mauro Pimentel/AFP
Bolsonaro discursou do trio elétrico ao lado de apoiadores como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL). Em sua fala, o ex-presidente repetiu o discurso questionando o Supremo Tribunal Federal.
“Só não foi perfeita esta historinha de golpe para eles porque eu estava no Estados Unidos [no 8 de janeiro]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto”, afirmou.
“O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil”, disse.
O pastor evangélico Silas Malafaia também subiu o tom contra Moraes, chamando o ministro de “ditador” e “criminoso”. “Está extrapolando todas as leis do nosso país. É uma verdadeira perseguição política como a gente nunca viu na história do nosso país”, disse.
A manifestação acontece às vésperas da Primeira Turma do Supremo decidir se torna ou não Bolsonaro réu pela trama golpista. O colegiado marcou para o dia 25 de março o julgamento das denúncias da Procuradoria-Geral da República. São atribuídos cinco crimes ao ex-presidente:
- Liderança de organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da união; e
- deterioração de patrimônio tombado.