Black Friday deve movimentar R$ 13 bi e usar IA para superar 'Crise de Confiança' – CartaCapital

A Black Friday 2025 deve alcançar faturamento recorde de R$ 13 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

O número confirma o avanço do comércio digital no país, que já se equipara a mercados maduros em ritmo de digitalização.

Por trás do otimismo, surge uma condição determinante: a credibilidade das marcas. Uma pesquisa da Locaweb mostra que 86% dos consumidores brasileiros só compram de empresas que comprovam a veracidade das promoções. A exigência marca o fim da era da “Black Fraude” e a consolidação da confiança como principal moeda do e-commerce.

Marcos Oliveira, Global Software Engineer Manager da Jitterbit, explica que a tecnologia se tornou indispensável para garantir transparência. “O sucesso da Black Friday será medido pela capacidade de escalar a confiança, não apenas o faturamento. Hoje, o cliente exige legitimidade comprovada em milissegundos”, afirma.

Inteligência Artificial e infraestrutura tecnológica

O setor de tecnologia da informação no Brasil deve crescer 13% em 2025, segundo Brasscom/IDC, impulsionado por investimentos em IA, Cibersegurança e Big Data & Analytics. Essas áreas sustentam a operação do varejo durante o pico de demanda e reduzem o impacto das tentativas de fraude, que geram perdas milionárias.

A Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) destaca que a Internet das Coisas também tem papel relevante. “A Black Friday depende de uma cadeia conectada, que integra logística, pagamentos e estoque em tempo real. Essa inteligência invisível garante que o que é prometido na tela seja entregue com precisão”, explica Paulo Spaccaquerche, presidente da entidade.

IA como eixo da experiência de compra

A pesquisa global “Voz do Consumidor 2025”, da PwC, indica que cerca de 70% dos consumidores no Brasil e no mundo já usam wearables ou apps de saúde. Mais da metade afirma sentir-se confortável em utilizar IA generativa para planejar compras, reforçando a incorporação da tecnologia ao consumo cotidiano.

O estudo ISG Provider Lens™ – Digital Business Innovation Services 2025, elaborado pela TGT ISG, mostra que empresas que aceleram a transformação digital ampliam vantagem competitiva. “A IA, especialmente a GenAI, não apenas aprimora práticas existentes — ela muda o modo como as empresas operam. Antecipar necessidades, automatizar processos e personalizar serviços passou a ser o padrão”, analisa Adriana Frantz, lead analyst e autora do relatório.

Varejo aposta em personalização e confiança

A Yalo transformou a experiência de vendas com agentes inteligentes que atuam como consultores virtuais em marcas como Kibon, Colgate, Nestlé, Mondelez e Heineken. “Na Black Friday, a IA antecipa demandas. Cada cliente recebe uma oferta personalizada, o que converte atenção em fidelidade”, afirma Danilo Rocha, diretor de Vendas da empresa.

Para Roberto Pereira Ave Faria, VP da Quality Digital, a Black Friday deste ano será um teste de confiança. “O consumidor compara, analisa e só compra de quem prova legitimidade. Ferramentas como Delivery Promise, pagamentos nativos no WhatsApp e correções automáticas de preço e estoque garantem previsibilidade e reduzem fraudes”, explica.

A era da transparência e da maturidade digital

Segundo Letícia Alcântara, especialista em Dados e Crédito, a Black Friday de 2025 vai medir a maturidade do varejo. “O cliente decide com base em confiança. O desafio é equilibrar agressividade comercial e solidez financeira. O desconto atrai, mas a experiência confiável garante a recompra.”

O pesquisador Marcel Nobre resume a mudança: “O consumidor não quer truques, quer confiança e personalização. A IA permite antecipar necessidades, corrigir falhas e provar, em cada detalhe, que o cliente é o centro da estratégia. A diferença entre vender e fidelizar está na transparência.”

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