A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que investiga a atuação de casas de apostas online no Brasil, deve ouvir novos depoimentos de influenciadores digitais nas próximas semanas. A comissão, criada em novembro de 2024 e com prazo prorrogado até junho de 2025, apura possíveis irregularidades no setor, incluindo suspeitas de lavagem de dinheiro e a influência das campanhas publicitárias sobre o público, especialmente os jovens.
O tema ganhou destaque após os depoimentos dos influenciadores Virginia Fonseca e Rico Melquiades. A expectativa agora é de que outros nomes populares também sejam ouvidos, com foco na análise dos contratos publicitários assinados com empresas de apostas. A principal suspeita é de que os acordos prevejam comissões baseadas nas perdas dos usuários, o que levanta preocupações sobre a ética e os impactos sociais dessa prática.
Entre os famosos com convocações ou convites aprovados pela CPI estão os cantores Gusttavo Lima e Wesley Safadão, além de influenciadores e ex-participantes de reality shows como Felipe Neto, Viih Tube, Felipe Prior, Eliezer, Rodrigo Mussi, Jojo Todynho, Tirulipa, Deolane Bezerra, Gkay e Pâmela Drudi. A maioria dessas convocações foi aprovada ainda em 2024, mas as datas dos depoimentos seguem indefinidas.
Segundo os senadores que integram a CPI, a participação dos influenciadores é considerada essencial para dimensionar o alcance das campanhas de divulgação das plataformas de apostas. O setor cresce de forma acelerada no país e tem despertado preocupação sobre seus efeitos na sociedade.
De acordo com decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pessoas convocadas como testemunhas por CPIs são obrigadas a comparecer para prestar esclarecimentos. O direito de se recusar a depor se aplica apenas a investigados formais, não se estendendo às testemunhas.
A CPI das Bets segue em andamento e novas diligências devem ser realizadas até o encerramento dos trabalhos, previsto para junho deste ano.