O chanceler Mauro Vieira se encontrou nesta segunda-feira 17 com o seu homônimo paraguaio, Rubén Ramírez, para tratar da renegociação do excedente de energia de Itaipu. O retorno das conversas acontece após o incidente diplomático relacionado a uma ação de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência no País vizinho.
Segundo o Itamaraty, Mauro Vieira apresentou relatório e esclareceu dúvidas sobre a ação de inteligência determinada pelo governo anterior. No começo do ano, o Itamaraty reconheceu que a agência utilizou a estrutura do governo Bolsonaro para dar início à ação hacker, mas afirmou que a operação foi cancelada em março de 2023, quando a chancelaria tomou conhecimento da situação.
O chanceler do Brasil, Mauro VIeira, e o chanceler paraguaio, Rubén Ramírez. Foto: Itamaraty/Divulgação
Agora, a expectativa é uma retomada em dezembro das negociações sobre o anexo C do Tratado de Itaipu, que foi paralisada pelo governo paraguaio após a operação da Abin. O tratado estabeleceu que a energia produzida deveria ser dividida igualmente entre os dois países. O Paraguai, porém, utiliza apenas cerca de 15% do que é produzido.
Entretanto, o anexo C do acordo determina que o Paraguai não pode vender o excedente energético para outros países, devendo, inclusive, vendê-lo ao Brasil a preço de custo.
A justificativa é que, apesar da usina pertencer aos dois países, o Paraguai não utiliza toda a parte que lhe é devida e o Brasil necessita, em termos quantitativos, de mais energia do que o País vizinho.
