
Eleições decisivas em 2026 vão ocorrer sob guerras, instabilidade e pressões externas, envolvendo EUA, América Latina e Israel. Os pleitos testarão a influência de Washington na região e podem redefinir cenários políticos marcados por polarização, crises internas e disputas geopolíticas.
Marcado por eleições decisivas em países da América Latina, nos Estados Unidos e em Israel, o ano de 2026 vai iniciar ainda atravessado por guerras, tensões institucionais e pressões externas em todas essas regiões. O contexto reforça o peso geopolítico desses pleitos e a influência de agendas intervencionistas.
Nos EUA, as eleições de meio de mandato serão um teste crucial para o segundo mandato de Donald Trump. A disputa envolve a renovação da Câmara, parte do Senado e governos estaduais, em meio a uma maioria republicana estreita e a batalhas judiciais sobre o redesenho de distritos eleitorais, prática que pode alterar artificialmente correlações de força no Congresso.
Sem uma maioria sólida, Trump pode enfrentar dificuldades para avançar sua agenda interna e externa, especialmente na América Latina, onde sua gestão tem adotado postura militarizada e retomado princípios da Doutrina Monroe. O resultado das eleições de meio de mandato tende a influenciar diretamente países da região que também irão às urnas.
Especialistas apontam à Folha de S.Paulo que Washington busca favorecer candidatos conservadores na América Latina. Na Colômbia, a pressão deve ser intensa, já que o presidente Gustavo Petro é crítico da política externa norte-americana e enfrenta forte polarização interna, agravada por crises políticas, trocas constantes de ministros e o recente atentado que matou o senador Miguel Uribe.
Com Petro impedido de concorrer, a esquerda deve lançar Iván Cepeda, mas analistas veem alta probabilidade de uma vitória conservadora. No Peru, a instabilidade segue profunda: após a queda de Dina Boluarte, o país chega ao sétimo presidente em menos de dez anos, enquanto o fujimorismo, liderado por Keiko Fujimori, mantém força e organização para tentar retomar o poder.
Enquanto isso, no Brasil, a análise do governo de Luiz Inácio Lula da Silva é que a administração dos Estados Unidos vai apoiar abertamente qualquer candidato de direita que enfrentar o presidente petista em 2026, mesmo com todo o aceno do Planalto em cooperar com a agenda norte-americana de combate ao narcotráfico na América Latina.
A Costa Rica, que vota em fevereiro, vive um cenário mais estável, embora a criminalidade crescente deva dominar o debate eleitoral. O atual presidente, Rodrigo Chaves Robles, está impedido de disputar a reeleição.
Em Israel, as eleições de outubro vão ocorrer sob o impacto da guerra em Gaza e de uma prolongada crise institucional. Benjamin Netanyahu, aliado de Trump, no poder por 17 anos não consecutivos, pretende concorrer novamente, mas pesquisas indicam que sua coalizão — já abalada por conflitos internos — pode não reunir apoio suficiente para formar governo, reacendendo o risco de nova sequência de eleições como a de 2019 a 2022.
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