
O advogado Eduardo Kuntz decidiu deixar a defesa do perito Eduardo Tagliaferro. A saída ocorre às vésperas de a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidir se aceita a denúncia contra o ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes por violação do sigilo funcional e coação no curso do processo.
A informação foi antecipada pela coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo e confirmada por CartaCapital.
De acordo com interlocutores, Kuntz alegou que o caso de Tagliaferro exige uma “advocacia beligerante”. O próprio advogado é investigado no STF por tentativa de obstrução de Justiça no caso da trama golpista — motivo pelo qual não gostaria de estar “no meio de uma guerra”.
Quem assume seu lugar é Paulo Faria, atual advogado do ex-deputado bolsonarista Daniel Silveira. Faria e Kuntz foram procurados, mas não se manifestaram. O espaço segue aberto.
Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral à época em que Moraes presidia a Corte, é acusado dos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de investigação.
Na denúncia encaminhada ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta a suspeita de que o ex-assessor teria vazado mensagens trocadas entre auxiliares de Moraes no STF e no TSE, entre maio de 2023 e agosto de 2024. O julgamento no plenário virtual da Primeira Turma começará nesta sexta-feira 7 e terminará no dia 14.
