A nova rodada da pesquisa da consultoria Quaest, realizada em parceria com a Genial Investimentos, mostra que a decisão do governo de Donald Trump de aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, não encontra apoio popular no Brasil. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira 25.
De acordo com a Quaest, 49% dos brasileiros consideram a decisão do governo dos EUA contra o ministro do Supremo como injusta. O percentual daqueles que apoiam a sanção contra Moraes é de 39%. Outros 12% não opinaram.
A chamada Lei Magnitsky Global foi imposta contra Moraes no dia 30 de julho pelo Departamento do Tesouro dos EUA, sob a acusação de que Moraes utilizou sua posição para autorizar detenções arbitrárias, reprimir a liberdade de expressão e conduzir uma campanha politicamente motivada contra opositores.
As sanções previstas incluem o bloqueio de eventuais contas e bens do magistrado nos Estados Unidos. Dias antes, o governo Trump já havia suspendido o visto de Moraes. No Brasil, os efeitos da determinação são limitados.
Bolsonaristas apoiam sanção; Lulistas são contra
Conforme o esperado, entre os bolsonaristas, o apoio à decisão de Trump contra Moraes encontra maior apoio: 75% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) dizem que a aplicação da lei é justa (contra 18% que avaliam ser injusta). Entre aqueles que votaram em Lula em 2022, os percentuais praticamente se invertem: 17% consideram a decisão justa e 72% dizem que ela é injusta.
Impeachment de Moraes divide opiniões
O levantamento quis saber ainda a opinião da população brasileira sobre a proposta de impeachment de Moraes, uma das obsessões da extrema-direita brasileira na atualidade. Neste caso, há equilíbrio, segundo a Quaest. São 46% os que dizem ser favoráveis, enquanto 43% afirmam ser contra. Outros 11% não se manifestaram.
Mais uma vez, os bolsonaristas mostram estar alinhados: 82% dos eleitores de Jair Bolsonaro em 2022 dizem ser a favor da saída de Moraes. Apenas 10% são contra. Os percentuais entre os eleitores de Lula sobre o tema são: 68% contrários e 22% favoráveis.
O pedido para tirar o ministro do cargo está parado no Senado Federal e não tem previsão para ser colocado em pauta, conforme explicou o presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (União), em diferentes ocasiões.
Para a pesquisa publicada nesta segunda, foram entrevistadas 2.004 pessoas, em 120 municípios brasileiros, entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.