
Arrastando um público engajado com um som poderoso, o BaianaSystem foi, mais uma vez, o grande destaque do Carnaval de 2025, ano em que também lançou O Mundo Dá Voltas, um álbum de excelência.
A banda já se tornou um fenômeno pela profusão de ritmos que oferece em seu trabalho e pelas letras afiadas e conectadas à realidade.
Com mais de 15 anos de estrada, o grupo, liderado por Russo Passapusso, é o que há de melhor na música.
O novo disco tem produção de Daniel Ganjaman, coprodução de Russo e Sekobass, e arranjos e orquestração do maestro Ubiratan Marques. Em cada faixa há uma transformação musical, retratando questões sociais com sutilezas.
No álbum, samba, samba-reggae, ijexá e outros gêneros latino-americanos transitam — com propriedade — sob o pop eletrônico.
Da faixa de abertura, Batukerê — uma celebração ancestral —, passando por A Laje, até Porta-Retrato da Família Brasileira — com um olhar antropológico nos negros e nos indígenas —, tudo no disco é um diálogo permanente com a realidade.
Magnata, de Russo Passapusso, trata da busca incessante por dinheiro. Já em Balacobaco o Carnaval surge como um ato de consciência política: O glamour com o meu sofrimento/ É a estrela de horário nobre/ A história de um povo pobre/ Ditada por quem me devia/ Minha dor numa galeria/ Preencheu o seu bolso de bem/ Familícia lhe faz de refém.
Depois do réveillon, vem o Carnaval – e ainda bem que o BaianaSystem existe.
