Sindicatos que representam os servidores dos Correios em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba aprovaram, nesta terça-feira (16), uma greve geral por tempo indeterminado.
As entidades reivindicam a manutenção do adicional de férias de 70% e o pagamento em dobro aos finais de semana. Os sindicalistas ainda querem um vale-refeição ou alimentação de R$ 2,5 mil em duas parcelas, benefício batizado de “vale-peru”. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) atua na mediação entre os líderes sindicais e a direção da estatal.
O sindicato da categoria em Minas Gerais alega que “a direção dos Correios segue demonstrando total desrespeito: não apresenta proposta econômica, ataca direitos históricos, quer destruir nosso plano de saúde, acabar com os 70% das férias, extinguir a entrega matutina, cortar ticket extra, impor o SD [Sistema de Distritamento] da morte, negar a contratação dos concursados e ignorar completamente as condições de trabalho.”
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O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) declarou apoio à medida: “Trata-se de um processo que não se restringe aos Correios, mas se estende a outros serviços e instituições públicas, marcado pela retirada de direitos, pela desvalorização salarial e pelo enfraquecimento deliberado das estruturas de trabalho, com o objetivo de justificar a terceirização e avançar sobre a privatização.”
A greve ocorre em meio ao rombo na estatal, que já passou de R$ 6 bilhões no acumulado até setembro. Para tentar reestruturar as contas, os Correios tentam um empréstimo com garantia do Tesouro Nacional. A primeira proposta, de R$ 20 bilhões, foi rejeitada pelo órgão por conta da taxa de juros. A contraproposta, ainda em análise, prevê o valor de R$ 12 bilhões. O plano de reestruturação ainda prevê um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que pretende atingir 15 mil funcionários até 2027.
A Gazeta do Povo entrou em contato com os Correios para que se manifestem acerca da greve. Até o momento, não obtivemos retorno.
