Com três dias de rodadas de negócios entre produtores culturais, tanto os que oferecem artistas e serviços quanto os que querem contratá-los, o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR+Ibero-América) pretende movimentar o mercado cultural brasileiro para o próximo ano. O evento começou nesta quarta-feira (3), no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), na região central de Fortaleza, e segue até domingo (7) com mais de cem atividades previstas.
As conversas entre “vendedores” e “compradores” ocorrem no formato de rodadas rápidas, com duração de 20 minutos cada. Na manhã desta quinta-feira (5), a ministra da Cultura, Margareth Menezes, visitou o espaço e conversou com as pessoas.
De acordo com ela, o MICBR 2023, em Belém, gerou mais de R$ 70 milhões.
“São artistas em várias áreas e compradores também, né, e dessa vez bem mais amplo porque nós temos aí a América Latina também participando. Em Belém foram gerados mais R$ 70 milhões de negócios entre o momento e ao longo do ano, nós temos expectativas muito maiores porque dessa vez são 600 pessoas participando entre compradores e vendedores”.
A ministra destacou que cultura representa circulação de PIB e fortalecimento da economia brasileira:
“Um dos aspectos da nossa gestão é alavancar essa percepção pro povo brasileiro, nós temos uma forte variedade de produção cultural em todos os lugares. Então é preciso tirar esse ativo econômico e usá-lo como uma ferramenta de desenvolvimento local. Nós trouxemos gente de todo o Brasil, mas nós queremos trazer isso como exemplo que pode ser replicado nas cidades, nos estados, aproveitar o potencial da economia criativa”.
Julianna Sá é produtora da Dobra Música e veio a Fortaleza oferecer shows de três artistas: Luiza Brina, Iara Rennó e Maria Beraldo. Para ela, como a feira tem um foco voltado para fechar negócios, as conversas ocorrem de maneira mais fácil e direta.
“É muito legal você ver essa dinâmica, é muito rico você sentar com alguém que tá interessado no que você tem pra apresentar, a pessoa está tá aqui pra comprar e aí você fala `olha eu tenho esse artista, esse artista`. A gente tem a possibilidade de estudar os perfis de cada um antes, então dá uma linda, já saca o que tá fazendo, qual o perfil do festival e aí já vai objetivamente, tipo, `olha eu acho que esse artista tem mais a ver por causa disso, disso`.”
Do outro lado do balcão, o produtor Foca, do festival DoSol, de Natal (RN), explica que as rodadas são boas também para conhecer novas produções.
“O nosso festival é muito eclético, então eu praticamente tive interesse em quase tudo que me foi ofertado. Muita gente é de outras regiões, então já recebi gente de Alter do Chão, lá Santarém, lá do sul. Isso que é legal, assim você vai ter acesso a coisas que você não tem normalmente. É um tipo de encontro que valoriza isso, diminui essa distância, então pra gente é legal porque você termina sendo atingido por coisas que você não seria atingido em outros lugares”.
O artista multimídia Beethoven Cavalcante, do ateliê de macramê Tecê, conseguiu fechar uma parceria na área de reciclagem de resíduos. “A gente tinha dores parecidas, ele tinha um resíduo pra poder dar um encaminhamento e dentro do meu trabalho eu trabalho muito também com gestão de resíduos, tanto do próprio ateliê como transformar esses resíduos em novas peças. Aí surgiu essa parceria que foi proposta, pra gente ser também destinador desse material”.
As rodadas de negócio do MICBR ocorrem na parte da manhã, até o sábado (6).
*Akemi Nitahara viajou a convite do Ministério da Cultura
