O chocolate de MrBeast – CartaCapital

A Feastables, marca de chocolates criada pelo youtuber norte-americano MrBeast (Jimmy Donaldson) em 2022, prepara sua entrada oficial no Brasil. Lançada nos Estados Unidos com a proposta de oferecer chocolates de poucos ingredientes e apelo premium, a empresa tornou-se um fenômeno comercial. No ano seguinte, registrou mais de 10 milhões de dólares em vendas. Em 2024, consolidou-se como uma das marcas que mais crescem no mundo. A expansão levou os produtos ao Canadá, México, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Índia e países da África, apoiada na influência digital de MrBeast.

A chegada ao Brasil foi confirmada por meio de um acordo de distribuição com o Grupo Shopper, responsável por estruturar a importação e a logística. A estratégia repete o modelo internacional: forte presença digital, engajamento com o público jovem e posicionamento de “chocolate premium com narrativa de creator”. A campanha de lançamento começou nas redes sociais, mas a data exata ainda não foi divulgada. Com a antecipação nas redes sociais, a Feastables tenta replicar o efeito observado no exterior. Grandes volumes vendidos em pouco tempo e forte ativação com fãs.

Paulista popular

Inaugurada em 1891, a Avenida Paulista já foi o endereço da elite cafeeira, marcada por mansões que simbolizavam o auge econômico do período. Depois foi centro financeiro e agora vive uma nova transformação. Tornou-se uma avenida do varejo popular. O movimento ganha força com a chegada de duas redes, Lojas Mel e Torra.

A Mel, fundada em 2009 em São Paulo, é conhecida por seu modelo de preços baixos e grande sortimento em moda feminina, masculina e infantil. A rede acelerou a expansão nos últimos anos e hoje soma mais de 70 unidades em capitais e cidades de médio porte do Sudeste e Nordeste, focando em roupas e calçados acessíveis.

A Torra, criada em 1992 no Brás, consolidou-se como uma das maiores varejistas de moda popular do País, com cerca de 90 lojas distribuídas por 17 estados. Seu portfólio inclui vestuário, moda íntima, calçados, acessórios e itens para o lar, combinando preços competitivos e alto giro de coleções. A rede inaugurou a unidade na Paulista, no fim de novembro, com a ambição de ampliar sua presença em corredores premium.

A presença simultânea da Mel e da T­orra reforça a mudança estrutural da avenida, que amplia sua vocação varejista e passa a abrigar marcas que buscam visibilidade, volume de consumidores e proximidade com diferentes perfis de público.

Changan

Se você nunca ouviu esse nome, em breve não vai mais esquecê-lo. É a nova marca de veículos do Grupo Caoa, que tem sempre estratégias de marketing agressivas, no Brasil. A Changan surgiu em 1862 e se estabeleceu como uma das maiores montadoras da China, vendendo em torno de 2,6 milhões de veículos por ano e operando em dezenas de países, com joint ventures com a Ford e a Mazda. A marca expandiu a presença internacional com foco em tecnologia embarcada, eletrificação e design.

No Brasil, a operação começa com modelos elétricos da submarca Avatr. O Avatr 11, primeiro lançamento, é um SUV de até 578 cavalos e quase 680 quilômetros de autonomia, em pré-venda desde novembro de 2025. O Avatr 12, um sedã cupê elétrico, chega em seguida. Para 2026, a estratégia prevê a introdução dos SUVs UNI-T e CS75 Plus, que devem ser produzidos em Anápolis (GO). Os preços oficiais ainda não foram divulgados, mas o Avatr 11 deve competir com os elétricos da BMW e Mercedes.

Biotech

A chinesa Sinovac Biotech deu um passo estratégico no mercado latino-americano ao firmar dois acordos de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (com o Ministério da Saúde, em um programa de dez anos avaliado em mais de 700 milhões de dólares. A empresa, conhecida mundialmente por sua atuação em biotecnologia e por desenvolver vacinas com alta complexidade tecnológica, torna-se a primeira fabricante chinesa a conquistar um PDP no Brasil.

Fundada em 2001 em Pequim, a Sinovac­ ­consolidou-se como referência global em pesquisa, biossegurança e capacidade de resposta rápida a surtos, tendo desempenhado papel central no combate à Covid–19. Seu portfólio inclui imunizantes contra hepatite A, influenza, enterovírus e varicela.

Pelo acordo, a empresa atuará em conjunto com o Instituto Tecpar e a Eurofarma, para criar uma plataforma de desenvolvimento e produção de vacinas. A projeção é que, ao longo da próxima década, sejam fornecidas cerca de 60 milhões de doses em território brasileiro. •

Publicado na edição n° 1391 de CartaCapital, em 10 de dezembro de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘O chocolate de MrBeast’

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.



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