Justiça nega habeas corpus e mantém a prisão de Daniel Vorcaro, dono do Master – CartaCapital

O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli decretou um sigilo de nível três em uma escala até quatro sobre o caso de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master.

A defesa solicitou que tramite no STF a investigação em que Vorcaro é suspeito de integrar um esquema de “fabricação” de títulos de crédito. Atualmente, a responsabilidade é da Justiça Federal de Brasília. Uma menção ao deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) em um dos documentos apreendidos na apuração justificaria a mudança de competência.

Em 17 de julho de 2025, o Supremo editou uma resolução para disciplinar a tramitação eletrônica de processos sigilosos, por meio da qual também classificou os níveis de sigilo:

  • Nível 0: Processo Público;
  • Nível 1: Segredo de Justiça;
  • Nível 2: Sigilo Moderado;
  • Nível 3: Sigilo Padrão;
  • Nível 4: Sigilo Máximo.

Compete ao relator, segundo a resolução, definir o grau de sigilo de um processo ou de um documento. No caso de Vorcaro, Toffoli optou pelo sigilo de nível 3. Assim, as partes, os advogados e os procuradores envolvidos não terão acesso aos dados e aos andamentos processuais omitidos nem à íntegra dos autos a menos que Toffoli autorize.

Em uma consulta pública ao sistema do STF, aparecerão somente informações como número do processo, nome do relator e data de protocolo. Andamentos do caso, apenas aqueles vinculados a algum julgamento colegiado.

As restrições são também de caráter interno: apenas usuários do gabinete de Toffoli com perfil de acesso nível três ou superior poderão acessar diretamente o processo. No caso de usuários de outros gabinetes e de mesmo nível hierárquico, o acesso depende de condições específicas, como o agendamento de um julgamento.

O Supremo aprovou a resolução sobre os níveis de sigilo em junho. O objetivo, segundo o então presidente Luís Roberto Barroso (hoje aposentado), era estabelecer “critérios objetivos e uniformes para o tratamento de informações sujeitas a sigilo, de modo a garantir sua segurança e integridade”.

“A experiência recente demonstra que a ausência de normatização específica pode gerar incertezas, decisões conflitantes e riscos de exposição indevida de dados protegidos”, sustentou, na ocasião. “A resolução vem com o objetivo de suprir essa lacuna, estabelecendo parâmetros objetivos para orientar a atuação da Secretaria Judiciária, das assessorias, dos gabinetes e dos advogados que atuam na Corte.”

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