Tarcísio escolhe Osvaldo Nico Gonçalves para substituir Derrite na Segurança Pública – CartaCapital

Guilherme Derrite deixou o cargo de secretário de segurança pública do Estado de São Paulo nesta segunda-feira 1º. A partir de agora, a pasta será comandada pelo delegado Osvaldo Nico Gonçalves. O agora ex-secretário optou por antecipar seu retorno definitivo à Câmara dos Deputado após relatar o PL Antifacção. Inicialmente ele deixaria o governo apenas em 2026, no limite do prazo para ser candidato nas eleições.

A escolha de Nico Gonçalves para o posto foi anunciada na última sexta-feira 28 pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Desde 2023, ele atuava como secretário adjunto e era considerado o principal auxiliar de Derrite.

Delegado de carreira, o agora secretário de estado já exerceu diversas funções na Polícia Civil, tendo, em 2022, chegado ao posto de delegado-geral da corporação por indicação do então governador Rodrigo Garcia (PSDB).

Perfil midiático

Sua carreira na corporação paulista é marcada por um perfil midiático, que ganhou projeção no início dos anos 2000 com participação em programas policialescos para repercutir investigações. A participação de Nico em prisões de grande repercussão também fizeram com que ele tivesse presença constante no noticiário local.

Atualmente, ele reaproveita entrevistas aos jornais da época para alimentar suas redes sociais, com quase 200 mil seguidores.

Seu primeiro caso de grande repercussão foi a prisão do jogador argentino Leandro Desábato em 2005, após cometer racismo contra o atacante Grafite, que atuava no São Paulo, durante um jogo da Libertadores. O delegado estava presente no estádio Morumbi para coibir a extorsão de flanelinhas a motoristas e, ao tomar conhecimento da situação, rendeu o argentino ainda no gramado.

Antes disso, em 2001, também esteve envolvido na prisão de Fernando Dutra Pinto, sequestrador da filha e do apresentador Silvio Santos. Já em 2014, participou da prisão do ex-médico Roger Abdelmassih, acusado por uma série de estupros contra pacientes.

Seis anos depois, em 2020, voltou aos holofotes ao dar voz de prisão a Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Queiroz foi acusado pelo esquema de “rachadinha” na Alerj.

Carreira na Polícia Civil

Formou-se em Direito em 1989 e, mais tarde, se tornou professor concursado da Academia de Polícia Civil, especialista em Polícia Judiciária e no Sistema de Justiça Criminal. Em 1992, após concluir o curso de formação para delegado, fundou o primeiro Grupo de Operações Especiais (GOE) e tornou-se o primeiro delegado piloto do departamento.

Sua carreira na corporação inclui passagens pelo Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e pelo Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra). Passou também pelo comando do Departamento de Operações Policiais Especializadas (Dope).

Já no governo Tarcísio, acompanhou na dispersão da Cracolândia no centro de São Paulo e operações policiais no litoral paulista, como Verão e Escudo, criticadas por organizações da sociedade civil pela alta letalidade policial.

Além da carreira policial, o novo secretário é proprietário de três pizzarias na zona sul de São Paulo.

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