5 pontos para enxergar os invisíveis – CartaCapital

No Brasil, mais de 35,3 milhões de adultos seguem fora do sistema financeiro formal. Esse grupo, equivalente a 21,7% da população, permanece sem conta, cartão ou qualquer registro que permita acesso regular a serviços bancários.

O levantamento, feito pela Serasa Experian, reforça que a inclusão financeira ainda é um desafio estrutural.

Inclusão e novos dados

Para Rafa Cavalcanti, CEO da CloQ, a exclusão atual esconde um universo economicamente ativo. Ela afirma que muitos desses brasileiros trabalham e consomem, mas seguem fora do radar das instituições. A executiva defende que dados alternativos e análises mais amplas podem abrir caminho para ampliar a inclusão.

De acordo com o Banco Central, 84% dos adultos já possuem conta bancária. Mesmo assim, grande parte da população de baixa renda continua enfrentando obstáculos para acessar crédito e serviços de qualidade.

Inclusão e identificação digital

A primeira ação indicada por Cavalcanti envolve o uso de dados alternativos, como informações de consumo, pagamentos digitais e hábitos cotidianos, para estimar capacidade de pagamento sem depender apenas do histórico tradicional. Outra frente é simplificar processos de identificação.

Mais de 60% das instituições citam o onboarding digital como barreira, segundo pesquisa da LexisNexis Risk Solutions.

Inclusão e novos produtos

Cavalcanti também destaca a criação de produtos destinados a quem vive na informalidade, como nano-créditos e contas simplificadas. Esses formatos estimulam o registro de movimentações e geram informações que podem apoiar a inclusão no sistema formal.

A executiva reforça ainda a importância da educação financeira. Segundo a Serasa Experian, 80,5% dos invisíveis não têm restrições no CPF; apenas não possuem registros. Incentivar o uso de ferramentas digitais ajuda a criar um histórico positivo.

Ecossistemas conectados

Por fim, Cavalcanti aponta que ecossistemas de dados compartilhados podem acelerar a inclusão. Modelos de open finance permitem cruzamento de informações de consumo e pagamento, ampliando a visão das instituições sobre o comportamento financeiro de cada pessoa.

Para ela, enxergar esse público com precisão e responsabilidade abrirá novas oportunidades de mercado e contribuirá para um país financeiramente integrado.

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