A Venezuela realiza, neste domingo (23), a quarta consulta popular de 2025. Mais de 36 mil diferentes projetos foram apresentados entre as mais de 5 mil comunas que participam da votação.
As comunas venezuelanas são formas de organização popular criadas a partir da Lei Orgânica das Comunas, de 2010, sob o governo Hugo Chávez. Elas funcionam como unidades de autogoverno, com eleições de lideranças locais, que administram serviços públicos, orçamento e projetos comunitários.
Nesse sentido, a consulta popular funciona como uma ferramenta de participação direta dos moradores de cada circuito comunal, que votam no projeto que mais gostariam de ver executado, entre uma lista de opções disponíveis.
Cada comuna apresenta uma lista com sete alternativas, que foram escolhidas em assembleia. O projeto mais votado recebe um orçamento de US$ 10 mil do governo federal para que possa sair do papel.
Na comuna Servicios Turísticos Agrourbana, que fica no Estado de Sucre, por exemplo, os moradores vão escolher entre a instalação de postes de alta tensão, a implementação de câmeras de monitoramento, a construção de uma estrutura metálica para cobrir uma quadra, entre outros projetos.
Nesta quinta-feira (20), a Assembleia Nacional aprovou, por unanimidade, a realização da quarta consulta popular de 2025.
Durante a sessão, o deputado Carlos Mogollón, do PSUV, destacou a realização da consulta como uma espécie de ato de resistência, frente às ameaças dos Estados Unidos contra a Venezuela.
“[A votação] é também um grito de protesto, diante de uma potência hegemônica que nos ameaça, para dizer que não nos importam seus navios, que nós seguimos apostando na construção de um país”, disse o parlamentar.
No mesmo dia, o presidente Nicolás Maduro convocou a população a sair de casa para votar. “No domingo vamos nos concentrar unicamente em votar, votar e votar, nas 9 mil mesas de votação, onde os vizinhos vão escolher seus projetos em 5.336 circuitos comunais.”
A execução das obras dos projetos vencedores deve começar na semana que vem. O orçamento é administrado pelas próprias comunidades.
