A proximidade da Black Friday, marcada para 28 de novembro, ampliou o volume de buscas e discussões sobre intenção de compra no país. Um levantamento realizado entre 1º de outubro e 3 de novembro identificou que moda e vestuário concentram 28% das menções entre consumidores que pretendem gastar no evento, sinalizando forte presença da categoria no varejo digital.
Segundo Lilian Carvalho, coordenadora do Centro de Estudos em Marketing Digital da FGV/EAESP, a participação elevada de moda se conecta ao comportamento do público no último bimestre do ano. Ela destaca que, apesar da liderança da categoria, o interesse se distribui entre produtos e serviços, criando desafios relevantes para estratégias de comunicação e ofertas durante a promoção.
A pesquisa analisou 124 mil menções e alcançou 182 milhões de impressões, volume que indica padrões úteis para campanhas e para a gestão de relacionamento com o cliente. Dentro dessa amostra, celulares e smartphones aparecem em segundo lugar, com 22% das menções. De acordo com Carvalho, o movimento se explica pela sensibilidade do consumidor aos preços da categoria de tecnologia, que costuma oferecer reduções mais expressivas no período promocional.
Black Friday e credibilidade das ofertas
A especialista lembra que desconfiança sobre descontos é recorrente.
Ela afirma, porém, que o histórico de preços em tecnologia é amplamente monitorado pelos consumidores, o que reduz o espaço para distorções ou ofertas artificiais. O risco reputacional também faz com que marcas evitem práticas que contrariem o valor divulgado, especialmente quando smartphones estão em destaque.
O levantamento aponta ainda que produtos de beleza, como perfumes e cosméticos, somam 19% das menções. Livros representam 17% do interesse, enquanto viagens alcançam 15%. Para Carvalho, a presença de serviços entre as intenções de compra mostra que a economia digital ampliou o escopo das buscas na Black Friday, criando novas possibilidades para o varejo e para operadores do setor de turismo.
Ao observar esses resultados, Carvalho afirma que a Black Friday apresenta sinal claro de diversificação do consumo e reforça tendências de comportamento que influenciam o varejo ao longo do ano.