
A pressão do custo logístico sobre o PIB brasileiro ampliou a busca por métricas capazes de orientar ajustes internos nos pátios. Estudos da FDC e do ILOS mostram que o peso logístico passou de 12,3% do PIB em 2017 para 18,4% em 2023, o que expôs a necessidade de um acompanhamento mais preciso da operação. Por conta dessas questões que o pátio virou um fator decisivo para melhorar o desempenho da cadeia.
Segundo o especialista Eros Viggiano, da LogPyx, indicadores bem definidos permitem entender gargalos, organizar horários e melhorar a previsibilidade do fluxo.
Ele destacou que disciplina operacional, processos claros e uso constante de dados ajudam a evitar filas e desperdícios dentro do pátio.
Para isso, indicou cinco Indicadores-Chave de Desempenho (KPIs) que orientam esse trabalho.
Tempo de ciclo do pátio
O primeiro KPI calcula o intervalo entre os momentos de check-in e check-out.
A análise de médias, medianas, extremos, P95 e desvio padrão ajuda a identificar pontos de atrito no percurso do veículo. Além disso, o monitoramento por tipo de carga, transportadora ou doca orienta ajustes que reduzem permanências longas e aumentam a vazão.
Aderência ao agendamento
Esse indicador mede se os veículos são atendidos dentro da janela prevista.
Alcançar um índice igual ou superior a 85% e manter o no-show abaixo de 10% melhora a estabilidade do tempo de ciclo. Viggiano destaca que confirmações digitais, incentivos, penalidades e sobre-alocação controlada ajudam a manter o fluxo estável e evitam atrasos que geram instabilidade no pátio.
Uso de docas
A utilização das docas mostra se há ociosidade enquanto veículos aguardam atendimento.
A compatibilidade entre docas e tipos de carga, o agendamento por clusters, o balanceamento das equipes e a pré-montagem de pedidos são ações que reduzem perdas financeiras e aumentam o rendimento operacional.
Custo de estadia
Esse KPI concentra gastos previstos em contratos ou na Lei 13.103/2015 quando há espera acima da franquia.
Reduções entre 20% e 30% podem ser alcançadas em períodos de 90 a 180 dias com processos digitais, disciplina de agenda, triagem rápida e checagem de tempos excessivos. Contratos definidos e responsabilidades claras ajudam a limitar custos.
Ocupação do pátio
A observação das variações de ocupação ao longo do dia, semana e mês orienta o planejamento de equipes e horários.
Quando as informações dialogam com áreas como suprimentos e comercial, é possível diluir picos e melhorar a circulação interna. Isso diminui o acúmulo de veículos e aumenta a previsibilidade da operação.
Ao reunir esses cinco indicadores, Viggiano reforça que o acompanhamento constante dos dados mostra como o pátio está funcionando. Segundo ele, métricas consistentes cortam custos, reduzem filas e aumentam a estabilidade do fluxo, permitindo que o pátio cumpra seu papel na logística da empresa.
