
Por unanimidade, o Conselho Universitário da Universidade Federal de Sergipe (UFS) aprovou a adoção de cotas para pessoas transexuais e travestis. A política, aprovada nesta segunda-feira 17 na esteira de medidas semelhantes em outros estados, visa reduzir a exclusão na educação e no mercado de trabalho.
Dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apontam que apenas 0,3% das pessoas trans no Brasil conseguem acessar o ensino superior. “Essa conquista é resultado direto da mobilização de movimentos sociais, coletivos e pesquisadoras trans que há décadas reivindicam o direito de existir, estudar e sonhar com um futuro digno”, escreveu a entidade nas redes sociais após a decisão da UFS. “Seguiremos firmes na luta por cotas trans em todas as universidades do Brasil. Porque enquanto houver exclusão, haverá resistência”.
A deputada estadual Linda Brasil (PSOL), primeira mulher trans da história do Legislativo sergipano, também celebrou a iniciativa e classificou a medida como ‘histórica’. “As cotas representam uma política pública de reparação mais ampla, que inclui a emancipação de uma parcela da população cuja perspectiva é ser empurrada compulsoriamente à prostituição”, destacou. “Não é privilégio, é justiça social”, completou a parlamentar.
Hoje, no Brasil, são pelo menos 30 universidades federais que adotam a política afirmativa a partir da graduação. A pioneira foi a Universidade Federal do Sul da Bahia. De lá pra cá, outras instituições tomaram medidas semelhantes, à luz da pressão de movimentos sociais. Somente neste ano, Unicamp, UFABC, UnB e UFF anunciaram a implementação das cotas.
