Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro contra supostos desvios de verbas públicas destinadas a creches mira a vereadora Gigi Castilho (Republicanos), que está em seu primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Segundo as investigações, a vereadora é parte de um esquema que envolvia a criação de empresas que emitiam notas fiscais superfaturadas e de serviços que nunca foram prestados a sete creches conveniadas da prefeitura do Rio.
Apenas uma das unidades, de acordo com a Polícia Civil, recebeu cerca de 9 milhões de reais em seis meses. No mesmo período, houve 816 saques de dinheiro em espécie, totalizando 1,5 milhão de reais, considerados incompatíveis “com o perfil e a natureza de uma instituição educacional conveniada”.
Os agentes que foram às ruas cumprem 29 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça e apreendem computadores, celulares e materiais contábeis para análise financeira do esquema. O marido e a filha de Gigi Castilho também são alvos da operação.
Ainda de acordo com a Polícia, a vereadora integra o grupo que criou um “complexo sistema de fraudes” envolvendo representantes das instituições conveniadas e as empresas de fachada. As notas fiscais emitidas eram apresentadas à secretaria Municipal de Educação para comprovação das supostas despesas.
Em sua descrição no site oficial da Câmara dos Vereadores do Rio, a parlamentar se apresenta como pedagoga, professora e educadora, e afirma que já capacitou mais de 20 mil mulheres para o mercado de trabalho. Ela é originária da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Em postagens nas redes sociais, exibe orgulhosa fotos ao lado do ex-deputado federal Eduardo Cunha, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Ouvir o Deputado Eduardo Cunha é ter acesso a uma perspectiva única moldada por anos de vivência no poder, oferecendo uma visão direta da política brasileira”, escreveu na legenda de uma das imagens.
Eduardo Cunha e Gigi Castilho – Foto: Reprodução/redes sociais
Em seus perfis nas redes sociais, onde mantém cobertura ativa sobre o dia a dia como parlamentar, Gigi Castilho não se manifestou sobre a operação até as 11h50 desta terça.
CartaCapital acionou o gabinete da vereadora em busca de posicionamento e não recebeu retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.
