
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nesta sexta-feira 24 que os Estados Unidos lhe impuseram sanções econômicas apesar de ele “lutar contra o narcotráfico durante décadas” e anunciou que não dará “nem um passo atrás”, em meio a fortes tensões com Donald Trump.
O Departamento do Tesouro americano impôs sanções contra o mandatário de esquerda, sua esposa e um de seus filhos, assim como contra o ministro do Interior, Armando Benedetti, seu braço direito.
Petro sustenta que os assessores de Trump são próximos de narcotraficantes e afirma que os chefes do tráfico de cocaína vivem confortavelmente em cidades dos Estados Unidos, como Miami.
“Lutar contra o narcotráfico durante décadas e com eficácia me traz esta medida do governo da sociedade que tanto ajudamos a deter seus consumos de cocaína”, escreveu Petro na rede X.
“Nem um passo atrás e jamais de joelhos”, acrescentou.
Petro foi acusado no domingo por Trump — que não apresentou provas — de ser um “líder do narcotráfico”, e o republicano anunciou o fim da ajuda econômica à Colômbia em represália ao alto nível de produção de drogas no país sul-americano.
As sanções desta sexta-feira também envolvem a esposa do presidente, Verónica Alcocer, e seu filho mais velho, Nicolás Petro, que está no meio de um processo penal por supostamente ter recebido cerca de 100 mil dólares de um ex-narcotraficante que cumpriu pena nos Estados Unidos para a campanha de seu pai em 2022.
O primogênito do presidente afirma que o dinheiro não chegou às finanças da campanha.
Também foi sancionado Benedetti, o funcionário mais próximo de Petro e um de seus maiores aliados durante a campanha presidencial.
Benedetti, ex-embaixador na Venezuela e junto à FAO em Roma, referiu-se aos Estados Unidos como um “império” “injusto”, cuja luta antidrogas é “uma farsa armamentista”.
“Para os Estados Unidos, uma manifestação não violenta é o mesmo que ser narcotraficante. Gringos, vão para casa”, acrescentou o ministro do Interior.
Petro se opõe aos ataques de Washington contra supostas lanchas de narcotraficantes no Caribe e no Pacífico, que até o momento deixaram cerca de quarenta mortos.
