A Petrobras obteve nesta segunda-feira (20), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), licença para uma perfuração exploratória no Amapá. A região fica a 500 km da foz do rio Amazonas e a 175 km da costa, na margem equatorial brasileira.
“Esperamos obter excelentes resultados nessa pesquisa e comprovar a existência de petróleo na porção brasileira dessa nova fronteira energética mundial”, declarou Magda Chambriard, presidente da estatal.
O processo todo durou 12 anos, passando por leilão da foz até chegar, agora, à concessão. A Petrobras precisou desembolsar R$ 1,3 milhão em taxas. Os pagamentos ocorreram via Pix. A operação deve iniciar imediatamente, e deve durar cerca de cinco meses. O objetivo principal é verificar se há petróleo explorável na região.
Anteriormente, a Petrobras precisou comprovar que tem capacidade para responder a eventuais emergências que possam surgir durante a operação.
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Para além de Ibama e Petrobras, aprovação tem relação com possível indicação de Messias ao STF
Aliados avaliavam que Lula deveria vetar a licença. Ocorre, no entanto, que o responsável por pautar a indicação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Ele é um dos principais interessados na exploração de petróleo na margem equatorial, localizada em seu estado de origem. Alcolumbre chegou a cobrar postos estratégicos em órgãos que lidam com o tema como, por exemplo, a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Em agosto de 2025, o processo avançou. Logo depois, Davi celebrou o que para ele “é uma vitória do Amapá e do Brasil. Um marco, resultado do empenho e do trabalho conjunto de vários atores que defendem um futuro energético sustentável para o nosso país.”
Apesar de já estar precificada, a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias ainda não ocorreu. À Gazeta do Povo, Messias disse que não recebeu qualquer convite de Lula e que continua trabalhando normalmente.