Com a iminente indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal, abre-se a disputa pelo comando da Advocacia-Geral da União. Agora, cabe ao presidente Lula (PT) decidir se prefere uma “escolha caseira” ou buscará alguém de fora da pasta.
Conforme apurou CartaCapital, nomes de dentro da casa ganham força caso o presidente opte por preservar a atual linha de atuação. Nesse cenário, despontam como favoritos o advogado-geral substituto Flávio Roman, as advogadas da União Isadora Cartaxo e Clarice Calixto, e Anelize Almeida, procuradora da Fazenda Nacional.
Nos bastidores, Anelize é vista como a candidata mais competitiva. A avaliação predominante é que ela reúne perfil técnico sólido e bom trânsito com a área econômica, o que lhe renderia o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Já a procuradora-geral federal Adriana Venturini corre por fora, embora também conte com simpatias em setores da AGU.
Como é de praxe em momentos de mudança, a disputa mobiliza articulações paralelas. Um interlocutor próximo à Presidência relatou que o núcleo interno da AGU tende a se alinhar em torno de Isadora Cartaxo, enquanto entidades corporativas, como a Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe) e o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, devem fazer coro em defesa de Anelize.
A indicação de uma mulher ao comando da AGU também ganha força simbólica após mais uma nomeação masculina ao STF, que segue com apenas uma ministra, Cármen Lúcia, em sua composição. No atual mandato, o petista já havia escolhido Cristiano Zanin e Flávio Dino para as vagas abertas na Corte.
Se, no entanto, a chamada “cláusula de gênero” não se impor, Flávio Roman pode ganhar terreno na corrida sucessória. Por ora, não há data definida para o anúncio presidencial — e a disputa segue em ebulição nos bastidores de Brasília.