Pesquisa do IBGE registra redução de lares brasileiros em insegurança alimentar; veja os resultados – CartaCapital

O número de domicílios com pessoas em algum grau de insegurança alimentar caiu para 18,9 milhões, uma diminuição de 2,2 milhões de lares convivendo com a fome entre 2023 e 2024. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira 10 e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

O recuo em 2024, de acordo com o IBGE, é visto nas três faixas de insegurança alimentar monitoradas:

  • leve (de 18,2% para 16,4%), quando há preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos e a redução na qualidade nutricional;
  • moderada (5,3% para 4,5%), quando há a falta de qualidade e a redução na quantidade de alimentos entre adultos; e
  • grave (4,5% para 3,2%), com falta de qualidade nutricional e redução na quantidade também entre menores de 18 de anos.

Em números, o nível mais grave de insegurança alimentar em 2024 atingiu 2,5 milhões de famílias.

Confira o histórico de insegurança alimentar em lares brasileiros, segundo a Pnad:

Um quarto da população ainda vive com insegurança alimentar

Apesar de uma melhoria em relação aos dados de 2023, o Brasil ainda vive um cenário à sombra da fome, principalmente no Norte e Nordeste. Um em cada quatro domicílios apresentou algum grau de insegurança alimentar em 2024, segundo o IBGE. Em números, significa dizer que 62,6 milhões foram atingidos pela fome em algum nível no último ano.

As regiões Norte (37%) e Nordeste (34%) apresentaram o maior número de lares que conviveram com a incerteza da fome nos três níveis apresentados.

Veja os dados por região do País em 2023 e 2024:

Resultado por estados

Com exceção de quatro unidades federativas, quase todos os estados apresentaram melhora na situação geral da insegurança alimentar em relação a 2023. As exceções foram Roraima, que aumentou de 36,4% para 43,6%; Distrito Federal, que foi de 26,5% para 27,0%; Amapá, que passou de 30,7% para 32,5%; e Tocantins, que elevou de 28,9% para 29,6%.

Os percentuais mais altos de insegurança alimentar foram registrados no Pará (44,6%), em Roraima (43,6%) e no Amazonas (38,9%). No recorte por insegurança alimentar grave, o Amapá lidera o ranking com 9,3% e é seguido pelo Amazonas (7,2%) e pelo Pará (7,0%).

Proporcionalmente, a pesquisa do IBGE também mostra que o risco de fome atinge mais domicílios em áreas rurais (31,3%) que em zonas urbanas (23,2%).

Pesquisa por gênero e raça

Segundo a Pnad, 59% dos domicílios com algum grau de insegurança alimentar são liderados por mulheres. A maior diferença foi registrada no nível moderado, com apenas 38,1% dos lares sob responsabilidade dos homens.

O número se inverte ao analisar lares que vivem em situação de segurança alimentar: 50,8% dos homens são responsáveis ante 49,2% de mulheres.

A pesquisa também reforça a desigualdade entre pessoas pretas e brancas. Domicílios com responsáveis de cor branca vivendo em insegurança alimentar foram 28,5%; os de cor parda, 54,7%; e os de cor preta, 15,7%.

Insegurança alimentar cai quando a idade aumenta

A pesquisa mostra que lares em que residem crianças e/ou adolescentes registraram maior vulnerabilidade à restrição grave de alimentos. A medida que a idade aumenta, o cenário torna-se menos grave. “A população com mais idade tem um rendimento em média maior, são pessoas que ainda contribuem financeiramente, seja com trabalho, seja com aposentadoria”, explicam os responsáveis pela pesquisa.

Veja o comparativo:

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