O Ministério da Justiça afirmou nesta terça-feira 7 que ao menos 30 estabelecimentos já foram identificados como suspeitos de alterar bebidas alcoólicas com metanol. Segundo a pasta, os locais serão notificados.
Segundo o presidente da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Paulo Pereira, 15 estabelecimentos já tinham sido identificados e notificados; mas, nas últimas horas, outros 15 foram identificados e serão notificados ainda nesta terça-feira 7. Outras 25 distribuidoras, associações e entidades do setor foram acionadas para prestar informações.
Até a segunda-feira 6, a pasta contabilizava 217 notificações de casos suspeitos de intoxicação por metanol. Do total, 17 casos foram confirmados e 200 seguem em investigação.
O estado de São Paulo concentra 82,49% das notificações, com 15 casos confirmados e 164 em investigação. Além de São Paulo, o Paraná registra dois casos confirmados e quatro em investigação.
Outros 12 estados notificaram casos em investigação: Acre (1), Ceará (3), Espírito Santo (1), Goiás (3), Minas Gerais (1), Mato Grosso do Sul (5), Paraíba (1), Pernambuco (10), Piauí (3), Rio de Janeiro (1), Rondônia (1) e Rio Grande do Sul (2). Bahia, Distrito Federal e Mato Grosso descartaram os casos que estavam sob análise.
Em relação aos óbitos, dois foram confirmados em São Paulo e 12 seguem em investigação — sendo um em Mato Grosso do Sul, três em Pernambuco, seis em São Paulo, um na Paraíba e um no Ceará.
Segundo o Ministério da Saúde, os dados sobre os casos de intoxicação por metanol serão atualizados nos dias de funcionamento da Sala de Situação — segundas, quartas e sextas-feiras —, com previsão para as 17h.
Comitê de enfrentamento
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou a criação de um comitê informal de enfrentamento da crise do metanol. “Chegamos à conclusão de que é importante montar um comitê de enfrentamento da crise do metanol, informal, onde possa haver troca de informações, de boas práticas e anúncios das providências para avançarmos mais rapidamente na solução do problema”, declarou o ministro, após uma reunião reunião com indústrias de bebidas alcoólicas e associações de combate à falsificação.
Lewandowski justificou que a ideia do governo federal não é a de paralisar o setor, de grande importância na economia nacional, mas, diante a crise, destacou a importância de agir para que se faça a distinção necessária para atacar aqueles comerciantes que estão adulterando as bebidas de forma intencional.