Uma equipe de cientistas chineses descobriu que variações na concentração de sulfato no mar podem influenciar a forma como o leito marinho consome metano, funcionando como um “interruptor geoquímico” na regulação do clima da Terra. A informação foi divulgada pelo China Daily, parceiro da TV Brics, com base nos dados do estudo.
O estudo indica que, há 56 milhões de anos, a Terra passou por um período extremo de aquecimento global e acidificação dos oceanos, fenômeno que reflete a crise climática atual.
Normalmente, altas concentrações de metano no leito marinho são absorvidas por bactérias, que utilizam sulfato para metabolizar o gás de efeito estufa e produzir substâncias alcalinas que reduzem a acidificação das águas.
Contudo, há 56 milhões de anos, o nível de sulfato na água era inferior a um terço da concentração atual. Nessas condições, as bactérias não conseguiam absorver o metano, o que resultou na liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono no oceano.
Naquele período, o oceano Ártico deixou de funcionar como uma “esponja” que absorvia dióxido de carbono e passou a atuar como uma “chaminé” que liberava o gás na atmosfera.
Os pesquisadores ressaltaram que, devido ao rápido aquecimento e resfriamento do oceano Ártico, uma reação semelhante poderia ocorrer novamente no futuro. O estudo apontou que futuras mudanças climáticas podem impactar significativamente o ciclo do carbono nas águas árticas.