A banda paulista Planta e Raiz surgiu em 1998, mas foi com o lançamento do primeiro registro fonográfico, o EP Que Brota da Terra, em 2000, que o grupo deslanchou na cena do reggae nacional.
“Vimos o declínio das gravadoras no começo dos anos 2000, bem na nossa hora. Vimos os discos parando de vender e a pirataria dominando”, recorda o vocalista Zeider Pires. “A gente passou por essa fase, mas teve que se reestruturar todo.”
Essa reinvenção levou o grupo a seguir de forma independente, uma característica que define o Planta e Raiz até hoje.
“É uma montanha-russa. A gente vive de algo que amamos muito. A música é uma missão. Mas não foi fácil.”
Zeider exalta o fato de ter construído uma base de fãs forte como motivo da banda se manter ativa. “O reggae também não está na mídia, mas é a música que passa de geração para geração, que as pessoas curtem”, diz. “A gente que faz reggae tem responsabilidade de transmitir uma mensagem de amor, de união, positividade, de mudança pessoal.”
Neste mês, o grupo lança seu 14º álbum, Flor de Fogo, com dez faixas, duas inéditas e oito versões de estúdio das músicas apresentadas no DVD Ao Vivo em Noronha, gravado na Ilha de Fernando de Noronha e lançado no ano passado.
“A gente achou que valia a pena trazer aquelas faixas para o estúdio, com um novo acabamento, e incluir as duas que ficaram de fora do DVD”, explica o vocalista. O trabalho já havia saído em vinil em maio deste ano.
Entre os destaques está Passa a Bola, parceria com o funkeiro MC Hariel, conhecido por letras de superação e positividade. “A música dele tem o mesmo propósito que o nosso: fé, trabalho, pensamento positivo. Quando o convidamos, ele topou na hora. Mandei algumas músicas e ele se identificou com Passa a Bola”, conta Zeider.
Todas as faixas de Flor de Fogo, já disponíveis nas plataformas digitais, são assinadas por Zeider, algumas em parceria com outros compositores.