Brasileiros dados como desaparecidos estão presos em Israel – CartaCapital

Dois brasileiros dados como desaparecidos, depois que Israel interceptou uma flotilha de ajuda humanitária a Gaza, foram encontrados e estão detidos, segundo informações da Embaixada do Brasil em Tel Aviv.

Em nota, a embaixada confirmou que seus representantes estiveram reunidos com o grupo de brasileiros detidos, entre os quais o cineasta carioca Miguel Viveiros de Castro e João Aguiar, que estavam a bordo de embarcações que faziam parte da flotilha Global Sumud, que foi interceptada.

Ao menos quinze brasileiros integravam a missão, segundo o Itamaraty, entre elas a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). A informação é a de que o grupo de brasileiros está na prisão Ketziot, o maior centro de detenção israelense, sendo submetidos a trâmites jurídicos definidos pelas autoridades locais e no aguardo de deportação.

“Todos afirmaram estar bem e demonstraram resiliência emocional diante da situação”, informou a embaixada.

A delegação brasileira havia perdido o contato com os dois ativistas desde que a flotilha foi interceptada por forças israelense na quarta-feira 1º. O grupo era formado por cerca de 44 embarcações e 500 ativistas, entre eles Greta Thunberg.

A madrasta do cineasta Miguel Viveiros disse à imprensa que perdeu contato com o enteado por volta das 21h (horário de Brasília) da quarta. Narrou, ainda, que os embarcados tinham um protocolo de atirarem os celulares ao mar, se fossem presos, e dizer uma palavra antes aos contatos de confiança, o que não aconteceu.

Na quinta-feira 2, o Itamaraty condenou o que chamou de ‘interceptação ilegal e detenção arbitrária’, por parte de Israel. “O Brasil exorta o governo israelense a liberar imediatamente os cidadãos brasileiros e demais defensores de direitos humanos detidos”, exigiu o órgão do governo federal, que ainda disse ter notificado formalmente o país sobre a inconformidade brasileira diante a ação, que constitui grave violação ao direito internacional.

“Operações de caráter estritamente humanitário devem ser autorizadas e facilitadas por todas as partes em conflito, não podendo ser arbitrariamente obstadas ou consideradas ilícitas. O Brasil conclama a comunidade internacional a exigir de Israel a cessação do bloqueio à Gaza, por constituir grave violação ao direito internacional humanitário”, registrou a pasta.

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