Brasileiros da flotilha Sumud fazem greve de fome em centro de detenção israelense

Alguns dos 14 integrantes brasileiros da flotilha Sumud sequestrados por Israel iniciaram greve de fome em protesto contra à fome induzida por Israel na Faixa de Gaza. O grupo foi capturado por barcos israelenses que intereceptaram as dezenas de embarcações da flotilha a cerca de 120 km da costa palestina.

“Os palestinos em Gaza estão sendo deliberadamente mortos de fome pelo governo israelense, e o sequestro de nossos ativistas está diretamente relacionado a isto, pois de forma criminosa, em razão do cerco ilegal imposto por água, terra e mar, não é permitida a entrada de qualquer ajuda humanitária destinada a uma população que vive sob o jugo da cruel ocupação israelense”, disse a delegação brasileira da flotilha, por meio de nota.

Os capturados brasileiros receberam a visita de advogados na quinta-feira (2) e devem ser deportados em breve. Eles estão sendo mantidos foram na prisão de Kesdiot, no deserto de Negev — uma instalação localizada entre Gaza e o Egito, aproximadamente 30 km da fronteira egípcia.

“Conforme os advogados, alguns dos participantes comunicaram que estariam em greve de fome, sendo esta uma reconhecida prática de desobediência civil pacífica, usada historicamente por indivíduos e grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade ou cujas vozes foram sistematicamente silenciadas pelas estruturas de poder”,prossegue a nota da delegação.

“Os chamados centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, controlado por Israel e os Estados Unidos, são verdadeiras armadilhas. Utilizando a fome enquanto arma de guerra, estes centros atraem palestinos com fome a se arriscarem por mantimentos, enquanto são alvejados pelas forças de ocupação e do exército americano, conforme dados da Organização das Nações Unidas já são milhares de palestinos mortos nestes centros.”

“Nossos participantes, ao abdicarem voluntariamente de comer, utilizam agora o seu próprio corpo como instrumento de denúncia e resistência, face às prisões ilegais dos ativistas humanitários, mas principalmente da fome provocada por Israel que vem matando palestinos diariamente em Gaza”, completa.

Está prevista a visita de diplmatas do Itamaraty aos capturados ainda nesta sexta-feira (3). Integram a flotilha a deputada Luiziane Lins (PT-CE), os brasileiros Mariana Conti, vereadora de Campinas pelo Psol; Gabi Tolotti, presidente do Psol-RS; Nicolas Calabrese, professor e coordenador da Rede Emancipa no Rio de Janeiro; Bruno Gilga, trabalhador da USP e ativista da CSP-Conlutas; Lisiane Proença, comunicadora popular; Magno Costa, diretor do SINTUSP; Thiago Ávila, membro e organizador da flotilha, Ariadne Telles, advogada popular e militante da luta pela terra na Amazônia; Mansur Peixoto, criador do projeto História Islâmica; Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino Palestino e coordenador da Frente Palestina de São Paulo; e Lucas Gusmão, ativista internacionalista.

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