O governo Lula (PT) subiu o tom nesta quinta-feira 2 e cobrou o governo de Israel da liberação imediata dos brasileiros detidos na flotilha Global Sumud, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Ao menos 12 brasileiros estão sob custódia, entre eles a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores chamou a atitude do governo de Benjamin Netanyahu de uma “interceptação ilegal” e “detenção arbitrária”. “O Brasil exorta o governo israelense a liberar imediatamente os cidadãos brasileiros e demais defensores de direitos humanos detidos”, disse.
Além disso, segundo o Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores de Israel, por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv e da Embaixada de Israel em Brasília, já foi formalmente notificado da inconformidade do Brasil com as ações do governo de Israel.
“Tendo em vista o caráter pacífico da flotilha e seu objetivo de realizar entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, sua interceptação por forças israelenses constitui grave violação ao direito internacional, incluindo o direito marítimo internacional”, ressaltou o governo brasileiro.
Por fim, o ministério ainda reforça que Israel deverá ser responsabilizado por quaisquer atos ilegais e violentos cometidos contra a flotilha e contra os ativistas, cabendo ao governo israelense assegurar sua segurança, o bem-estar e integridade física dos apreendidos.
Mais cedo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou suas forças navais por interceptarem a flotilha.“Felicito os soldados e comandantes da Marinha que cumpriram sua missão no Yom Kippur da maneira mais profissional e eficiente”, declarou Netanyahu em comunicado.
A missão Global Sumud reúne participantes de mais de 50 países e tem como objetivo pressionar pela abertura de um corredor humanitário em Gaza, bloqueada por Israel desde o início da guerra com o Hamas.