Garrafas de vinho
Júlia Reis/g1
As exportações de vinho do Chile para o Brasil, seu principal mercado, estão em alta, ajudando a compensar a queda nas vendas do país para os Estados Unidos na esteira do tarifaço de Donald Trump.
Dados da Wines of Chile, associação de produtores de vinho, mostram que as compras dos EUA, o segundo maior mercado do Chile em volume, caíram 13% nos primeiros sete meses do ano, após o governo dos EUA impor tarifas de 10% aos chilenos.
“Passamos de tarifa zero para 10%”, disse Angelica Valenzuela, diretora comercial da Wines of Chile. “Sempre que há uma tarifa ou obstáculo, ocorre congelamento ou desaceleração [nas vendas].”
Ela explicou que, inicialmente, os produtores e importadores absorveram o custo das tarifas, mas como o tarifaço se prolongou, o custo começou a ser repassado ao consumidor. “O que vemos agora é um mercado americano [de importação] menos dinâmico e em declínio”, acrescentou.
De onde vem o vinho
Em compensação, o Brasil aumentou as compras e consolidou sua posição como principal destino das exportações chilenas. Os embarques cresceram quase 10% no período.
O Chile representa quase metade do mercado de importação de vinhos do Brasil, disse Valenzuela, acrescentando que há “um enorme potencial de expansão.”
O número de consumidores regulares de vinho no Brasil está crescendo, especialmente entre mulheres e pessoas com maior renda disponível, segundo a diretora do Wines of Chile.
Já as exportações chilenas para a China caíram quase 23% no mesmo período, mas Valenzuela atribuiu isso à redução no consumo de vinho, que afetou a maioria dos países que vendem para o mercado chinês.
No geral, as exportações de vinho do Chile permaneceram estáveis em 2025. Canadá, Japão, Irlanda e Coreia do Sul registraram crescimento, enquanto México, Holanda e Reino Unido apresentaram queda.
Segundo Valenzuela, a estratégia de marketing do Chile agora se concentrará em fortalecer a imagem do país como fonte de vinhos premium e sustentáveis.
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