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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (26) a aplicação da bandeira vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. A decisão reflete a queda nas chuvas e o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, obrigando o acionamento de usinas termelétricas, mais caras, para garantir o fornecimento de energia.

Nos meses anteriores, a situação foi ainda mais crítica, com a bandeira vermelha patamar 2, quando o acréscimo era de R$ 7,87 a cada 100 kWh. Apesar do crescimento da geração solar, a Aneel alerta que a energia proveniente do sol é intermitente e não cobre todo o dia nem os horários de pico. Por isso, as termelétricas continuam sendo essenciais para manter a estabilidade do sistema elétrico.

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Bandeiras tarifárias: entenda como cada cor impacta sua conta de luz

O sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, indica ao consumidor o custo real da geração de energia e permite que ele ajuste o consumo de acordo com o cenário. As cores e seus impactos são:

  • Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. Não há acréscimo na tarifa.
  • Bandeira amarela: condições menos favoráveis. Acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos.
  • Bandeira vermelha – Patamar 1: condições mais custosas de geração. Acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh.
  • Bandeira vermelha – Patamar 2: condições ainda mais custosas. Acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh.

Com essa sinalização, a Aneel orienta o consumidor a reduzir gastos, ajustando hábitos de consumo nos períodos mais caros. Antes do sistema, os aumentos só eram percebidos nos reajustes anuais, sem aviso prévio.

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Senado aprovou energia gratuita para famílias de baixa renda

Em meio ao aumento da conta de luz para a maioria da população, o Senado Federal aprovou em 17 de setembro a Medida Provisória 1300/2025, que garante gratuidade total da energia elétrica para famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). A estimativa do governo é que até 60 milhões de consumidores sejam beneficiados.

A votação ocorreu poucas horas antes da medida perder validade e registrou 49 votos favoráveis, três contrários e três abstenções. O texto, que já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entretanto, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) alerta que a aprovação da medida provisória pode gerar insegurança jurídica e aumentar os custos para consumidores que geram sua própria energia por meio e painéis solares.

Em reportagem da Gazeta do Povo, a Absolar destacou que isso permitiria à Aneel criar uma parcela de cobrança fixa além da proporcional ao consumo, as chamadas tarifas binômias. Segundo a entidade, a medida gera imprevisibilidade nos custos de energia e compromete o retorno dos investimentos de quem produz sua própria eletricidade com painéis solares.

A mudança também representa “enorme insegurança jurídica para todos que seguiram seus investimentos com base na Lei n° 14.300/2022”, o marco legal da geração distribuída, afirma Bárbara Rubim, vice-presidente de geração distribuída da Absolar. “Ao impor uma modalidade tarifária sem anuência do consumidor, abre-se espaço para estruturas desequilibradas, mais onerosas e imprevisíveis, prejudicando usuários que não conseguem planejar seus custos”, explicou.

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